Descarbonização

Iniciativa global de descarbonização apoiará mais três projetos no Brasil

Acelerador de Transição Industrial (ITA) passa a apoiar projetos da European Energy, Fortescue e Green Energy Park no país, onde já tem parceria com a Atlas Agro

Projetos de descarbonização no Brasil ganham novos apoios do ITA
Projetos de descarbonização no Brasil ganham novos apoios do ITA

A iniciativa global multissetorial Acelerador de Transição Industrial (ITA, na sigla em inglês) acaba de anunciar apoio a mais três projetos no Brasil. Dessa vez, receberão apoio os projetos das empresas European Energy, Fortescue e Green Energy Park. Assim, o ITA alcança quatro apoios no país, onde já colabora com projeto da Atlas Agro.

O ITA não realiza aportes financeiros nos projetos, mas trabalha em frentes como conexão com financiadores e colaboração em políticas públicas para que os projetos avancem. A iniciativa reúne líderes globais para desbloquear investimentos em larga escala, acelerando a implementação de soluções de descarbonização, com o objetivo de catalisar a descarbonização dos setores industriais e de transporte de altas emissões, que representam um terço das emissões globais.

Sobre os novos apoios do ITA no Brasil

O apoio do ITA à European Energy no Brasil está relacionado à implantação de fábrica em larga escala para produção de metanol sintético a partir de hidrogênio verde (e-metanol). A planta deve ser instalada no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco e é o mesmo projeto que tem negociações em andamento com a Petrobras.

Os investimentos na planta são estimados em US$ 344 milhões, com o objetivo de alcançar uma capacidade de produção de 100 mil toneladas por ano de e-metanol. Segundo o ITA, este montante poderia evitar a emissão de até 254 mil toneladas de CO2 equivalente por ano, em comparação com a produção convencional de metanol.

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Já a Fortescue está desenvolvendo o projeto Fortescue H2V, com uma instalação integrada de hidrogênio verde e amônia no Porto de Pecém, no Ceará, que deve ser capaz de produzir 168 mil toneladas de hidrogênio por ano (equivalente a 0,9 milhão de toneladas de amônia). Os requisitos de investimento são de cerca de US$ 4 bilhões. Uma vez em operação, cada tonelada de hidrogênio produzida evitaria as cerca de 12 toneladas de emissões de CO2 equivalente normalmente associadas à produção dessa commodity, diz o ITA.

No Piauí, o Green Energy Park está desenvolvendo uma unidade de produção e exportação de amônia verde, cuja primeira fase tem como meta uma capacidade de exportação de 2,1 milhões de toneladas por ano e envolveria um investimento de aproximadamente US$ 4,5 bilhões.

Após a conclusão dessa primeira fase, o projeto poderia evitar até 3,2 milhões de toneladas de emissões de CO2 equivalente por ano em comparação com a produção convencional de amônia, segundo o ITA. O escopo do Green Energy Park  inclui o uso doméstico de hidrogênio verde para aplicações industriais, como o aço verde, e o estabelecimento de um corredor de transporte verde para a Europa e outras partes do mundo.

Atuação do ITA no Brasil

Estes três novos apoios se juntam ao projeto Uberaba Green Fertilizer, da Atlas Agro, que recebeu apoio do ITA em outubro, quando o Acelerador chegou ao Brasil.

“Essas instalações emblemáticas de produção com baixo teor de carbono demonstram que há uma oportunidade econômica real para o Brasil no crescimento do setor verde”, diz em nota a diretora Executiva do ITA, Faustine Delasalle.

O Brasil foi o primeiro parceiro do ITA, que em julho deste ano firmou acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Na ocasião, o Acelerador abriu Chamada para Expressões de Interesse (EOIs, na sigla em inglês), convidando empresas a propor projetos para inclusão. O período de EOI foi encerrado em 1º de novembro, e o ITA continua avaliando as propostas e identificando projetos de alto potencial.

“Nosso objetivo é apoiar o progresso dos projetos mais avançados para decisões finais de investimento nos próximos dois anos, ao mesmo tempo em que criamos melhores condições para que novos projetos industriais verdes também sejam anunciados”, conclui Delasalle.