Às vésperas do fim previsto para a desoneração da gasolina e o etanol, o presidente Lula tem nova reunião com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, nesta segunda-feira, 27 de fevereiro, em Brasília.
Também estão previstos para participar do encontro os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, além do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Silveira também participou das duas reuniões entre Lula e Prates na última semana.
Basicamente, o governo vive um dilema com relação ao assunto. Se optar pelo fim da desoneração, como previsto, a partir de 1º de março voltarão a incidir a PIS/COFINS para gasolina e etanol e a Cide para o combustível fóssil. O impacto final ao consumidor seria de R$ 0,69/litro, de acordo com estimativa da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O aumento do preço do combustível pode causar um impacto na inflação, cuja previsão para este ano está em 5,9%, de acordo com dado divulgado pelo relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira.
Por outro lado, se mantiver a desoneração dos combustíveis, o governo abrirá mão de arrecadação para sustentar políticas públicas além de continuar subsidiando combustível fóssil em meio à transição energética. Outra alternativa, que causa apreensão entre investidores, seria o governo definir algum modelo em que a Petrobras amortecesse o repasse da alta do preço para o consumidor. Nesse caso, na prática, a medida afetaria o desempenho da Petrobras.
Dividendos
A Petrobras vai divulgar na próxima quarta-feira, 1º de março, o resultado do quarto trimestre de 2022 e o acumulado do ano passado. A maior questão em aberto, para os investidores, é se a companhia manterá ou mudará a atual política de dividendos.
* Texto atualizado às 11h44, para inclusão de informação.
(Foto: André Motta de Souza / Agência Petrobras)
