A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou o Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte (PIG) 2022, sinalizando investimentos da ordem de R$ 20,5 bilhões para novos projetos envolvendo a infraestrutura para a malha de gás nacional e para o pré-sal, além de buscar alternativas para os gargalos de escoamento de gás nas regiões Nordeste e Sudeste.
Segundo o documento, um dos primeiros pontos a serem tratados para a construção dos mais de mil quilômetros de projetos é o enquadramento dos empreendimentos na lei que trata da privatização da Eletrobras e no decreto nº 11.042/2022, com as condições para a contratação de energia elétrica proveniente de termelétrica a partir de gás natural e hidrelétricas até 50 MW. Somente com esta regulamentação, seria possível atender não só a demanda termelétrica, mas também a interiorização do gás para desenvolvimento dessas regiões.
“Os grandes empreendimentos são naturalmente responsáveis pela maior parcela da demanda necessária para viabilização de gasodutos e, neste caso, a demanda termelétrica tem papel fundamental para ancorar os projetos propostos neste PIG”, diz a edição.
Os cinco empreendimentos em questão são Barcarena-Bélem, localizado no estado do Pará, com investimento previsto de R$ 850 milhões em uma área de 49 quilômetros; Jacutinga – Uberaba, situado em Minas Gerais, de R$ 6 bilhões para construção em uma área de 320,8 quilômetros; Linhares – Governador Valadares, localizado entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, com investimento previsto de R$ 4,2 bilhões e uma extensão de 280 quilômetros; São João da Barra – Macaé, situado no Rio de Janeiro, que requer R$ 2 bilhões e conta com uma área de 101 quilômetros; Duque de Caxias – Taubaté, situado entre Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, tem uma extensão de 294 quilômetros e precisará de R$ 7,3 bilhões em investimentos.
O relatório ainda aponta alternativas para o escoamento do Nordeste e do Sudeste. Para a região Nordeste, o estudo sugere o aumento da capacidade de transporte da malha dutoviária, além da adição de novas estações de compressão, já que as duplicações de gasodutos poderiam ajudar no aproveitamento do gás.
Já para o Sudeste, a EPE sugere a necessidade de expandir a capacidade de transporte de gás entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, para garantir a segurança energética e um maior aproveitamento dos recursos.
“Hoje, a malha da transportadora TBG tem limitações para obter gás (em vazões equivalentes ao volume importado da Bolívia) através da conexão com a malha da transportadora NTS, onde se espera um aumento considerável da oferta de gás dentro do decênio. Este fato acaba por manter o gás boliviano ainda importante para o atendimento de todas as demandas ao longo do Gasbol, deixando estados brasileiros economicamente relevantes, dependentes da importação de gás natural”, afirma o PIG 2022.
Por fim, o estudo destaca a importância da expansão da infraestrutura de gasodutos para atender áreas que sofrem com o desabastecimento, colaborando para mitigar as emissões de setores econômicos mais difíceis. Esse aumento ajudará no compartilhamento dos gasodutos, segundo a EPE, para escoamento de hidrogênio e biometano.