A extração de combustíveis fósseis em águas profundas elevará a produção global de petróleo em 60% até 2030, alcançando 17 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), projeta o novo relatório da consultoria britânica Wood Mackenzie. Entre os principais países que impulsionarão esse crescimento estão o Brasil, a Guiana e Moçambique.
Segundo o relatório, a Petrobras e as sete majors (BP, Chevron, Esso, ExxonMobil, Shell, SoCal, Socony) devem liderar esse crescimento, já que, atualmente, operam 22 dos 25 principais ativos em águas profundas. A estatal brasileira é vista pela consultoria como um destaque dos próximos anos, uma vez que conta com um portfólio de ativos duas vezes maior que sua principal concorrente, a Shell.
Entre as empresas que apresentaram os maiores incrementos na produção nos últimos anos está a ExxonMobil e a TotalEnergies.
Gargalo na produção
Apesar do crescimento, a Wood Mackenzie aponta que os efeitos do crescimento da inflação devem ser um dos maiores gargalos para os projetos dessas petroleiras, uma vez que os eventos geopolíticos atuais devem aumentar os preços das commodities derivadas do setor de petróleo, gás e óleo. Para ilustrar, a entidade cita que os impactos da inflação já são sentidos em empreendimentos ao redor do mundo, como é o caso do projeto Gato do Mato, na Bacia de Santos, da Shell Brasil, que adiou para entre 12 e 24 meses o escopo e a estratégia de contratação do campo.
“As restrições na cadeia global de abastecimento em águas profundas irão, com o tempo, aumentar os prazos de entrega e os custos unitários em toda a linha. Os participantes aumentaram a sua eficiência operacional, como reduzir os dias de perfuração e modularizar as instalações para compensar parte do impacto, mas os ganhos de eficiência conquistados durante as recessões anteriores estão começando a se reverter”, afirma o documento.