À medida que muitos países abandonam o petróleo e o carvão e a utilizar mais o gás natural para apoiar a transição energética, a América Latina deve enfrentar desafios para atender a sua demanda energética, que deve crescer cerca de 1,4% ao ano na próxima década, de acordo com um novo relatório da Wood Mackenzie.
Segundo o documento, intitulado ‘Recursos de Gás Natural na América Latina’, a oferta de gás deve reduzir a uma taxa de 5,6%, enquanto a demanda pelo energético representará 6,3% da demanda mundial até 2035. O cenário pode levar os países latino-americanos a importar o combustível de outros continentes, dobrando as suas compras de gás natural.
“Prevemos que a oferta não será capaz de fechar a lacuna com o aumento da demanda. Isso poderia ser potencialmente mitigado com novos desenvolvimentos de gás ou recursos ainda a serem encontrados, mas há desafios significativos com restrições de infraestrutura e incentivos exploratórios desfavoráveis. O resultado provável será um aumento constante das importações na região”, afirma Adrian Lara, analista de Pesquisa Upstream de Petróleo e Gás da América Latina da Wood Mackenzie.
Conforme o documento, os países localizados no centro do continente serão os mais desafiados com a integração do gás. Enquanto países ao Sul, como a Argentina, que contam com reservas maiores e podem encontrar oportunidades para abastecer os países vizinhos.
“Os países do Sul poderiam aumentar ainda mais a integração de seus mercados de gás natural, o que ajudaria a equilibrar as quedas em algumas nações. A demanda de gás continua a superar a oferta na maioria dos países, enquanto os próximos projetos de gás são limitados em número e tamanho das reservas” diz Lara no relatório.