Após realizar testes para processamento de combustíveis e produtos petroquímicos com 100% de conteúdo renovável em 2023, a Refinaria Riograndense acaba de concluir teste para a produção de combustíveis coprocessados. A usina utilizou 5% de biomassa de eucalipto para a produção do “bio-óleo” que foi convertido em frações como gás combustível, gás liquefeito de petróleo (GLP) e componentes para formulação de gasolina e combustível marítimo com conteúdo renovável.
“O recente teste representa um avanço significativo para o biorrefino global, pois pode viabilizar a transformação de madeira e de outros resíduos agroflorestais, amplamente disponíveis, em derivados típicos do refino de petróleo”, indica a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.
A Refinaria Riograndense está localizada em Rio Grande (RS) e é um consórcio da Petrobras, Ultra e Braskem. A tecnologia de coprocessamento foi desenvolvida no Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes). O teste de coprocessamento ocorreu na unidade de craqueamento catalítico (FCC) da RPR, teve sete dias de duração e foi concluído em 17 de fevereiro.
As iniciativas fazem parte do Programa BioRefino da Petrobras que prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão no horizonte do Plano de Negócios 2025-29. Além disso, a companhia espera utilizar apenas matéria-prima renovável na planta. “Transformaremos a Refinaria Riograndense na primeira refinaria do mundo a fabricar produtos 100% renováveis. Ela será uma biorefinaria que produzirá combustíveis somente a partir de óleos vegetais”, diz em nota a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
O teste realizado em 2023 utilizou 100% de óleo vegetal para a produção de combustíveis e insumos para a indústria química, como o propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e xileno).
O teste de coprocessamento na Refinaria Riograndense foi realizado de acordo com as cláusulas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) que regulam recursos destinados a projetos de inovação por empresas de óleo e gás.