Combustíveis

Sem paridade internacional na Petrobras, pode faltar diesel no país, diz UBS

Sem paridade internacional na Petrobras, pode faltar diesel no país, diz UBS

Com uma dependência de 20% a 30% de importação de diesel, o Brasil pode ter escassez do combustível no segundo semestre do ano, caso a Petrobras deixe de aplicar a política de paridade com os preços internacionais. A avaliação é do banco UBS, em relatório assinado pelos analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos.

“Não vemos risco de escassez estrutural no país, mas regiões com a logística mais desafiadora podem sofrer, principalmente no caso de vendedores sem contrato, como postos sem bandeira, já que a maior parte dos distribuidores estão trabalhando para garantir a oferta dos volumes contratados”, escreveram os analistas. Enquanto eles não esperam que a Petrobras reverta a política de preços, eles apontam que a estatal poderá “segurar” novos reajustes elevados por questões políticas.

Segundo o relatório, como o cenário global de fornecimento de combustíveis está restrito e incerto, é cada vez mais importante que a Petrobras mantenha política de preços com paridade internacional, devido à necessidade dos agentes privados de terem previsibilidade nas condições de preços no planejamento das importações.

Os analistas relatam que, segundo a indústria, os estoques de diesel vão durar 20 dias, caso as importações cessem, enquanto o Ministério de Minas e Energia estima que vão durar 38 dias. 

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Os principais desafios devem surgir no terceiro trimestre do ano, logo antes das eleições de outubro, quando os preços praticados pela Petrobras podem ter um desconto grande em relação à paridade internacional, diz o relatório.

O UBS continua esperando que a Petrobras mantenha a política de preços, já que a escassez do combustível teria grandes impactos na economia. Além disso, a estatal tem uma governança robusta que garante a paridade, ao mesmo tempo em que subsídios pela empresa poderiam ser vistos como irregulares em um ano eleitoral.