Combustíveis

Shell Brasil inicia construção da primeira estação de abastecimento veicular de hidrogênio a partir do etanol

A Shell iniciou nesta quinta-feira, 10 de agosto, a construção da primeira estação experimental de abastecimento veicular a partir de hidrogênio renovável, produzido a partir do etanol. O combustível, fornecido pela Raízen, ajudará a planta-piloto a produzir até 4,5 kg/h de hidrogênio, podendo abastecer até três ônibus e um veículo leve. A previsão é de que a estação experimental esteja operando no segundo semestre de 2024.

Shell Brasil inicia construção da primeira estação de abastecimento veicular de hidrogênio a partir do etanol

A Shell iniciou nesta quinta-feira, 10 de agosto, a construção da primeira estação experimental de abastecimento veicular a partir de hidrogênio renovável, produzido a partir do etanol. O combustível, fornecido pela Raízen, ajudará a planta-piloto a produzir até 4,5 kg/h de hidrogênio, podendo abastecer até três ônibus e um veículo leve. A previsão é de que a estação experimental esteja operando no segundo semestre de 2024.

“O objetivo desse projeto inovador é tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria. A tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis”, afirmou o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.

Com investimento total de R$ 50 milhões da Shell Brasil, obtido com recursos da cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o projeto de Pesquisa & Desenvolvimento tem investimento tem como parceiros a Hytron, o Senai CETIQT, e a Universidade de São Paulo (USP), através do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI). Para testar a viabilidade desse projeto, as partes assinaram um memorando de entendimento junto com a Toyota.

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O hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP), e que vão circular exclusivamente dentro da cidade universitária da USP. Para testar a performance do hidrogênio, a Toyota cedeu ao projeto o ‘Mirai’, veículo movido a hidrogênio e já comercializado no Japão.

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“O Brasil é um país com forte vocação para biocombustíveis. Entendemos o hidrogênio como uma fonte de energia limpa e renovável, que tem um papel importante nos esforços para reduzir as emissões de CO₂. A parceria neste projeto é o primeiro passo da empresa para testar o uso dessa nova tecnologia no país”, afirma Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

Segundo a Shell, ao longo do funcionamento da estação experimental, os pesquisadores vão validar os cálculos sobre as emissões e custos do processo de produção de hidrogênio. Um dos ônibus circulares da universidade, por exemplo, deixará de utilizar diesel e motores a combustão interna, passando a operar a base do hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível para testar a viabilidade do projeto.

“Nossa estimativa no momento é de que o custo da produção de hidrogênio a partir de etanol é comparável ao custo do hidrogênio de reforma do gás natural no contexto brasileiro. Já as emissões são comparáveis ao processo que realiza a eletrólise da água alimentada com energia elétrica proveniente de fonte eólica”, afirma Julio Meneghini, diretor científico do RCGI (sigla em inglês para Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa).

O deslocamento do etanol do local de produção até a USP será realizado por meio de caminhões-tanque, que têm capacidade para armazenar 45 mil litros, o equivalente a aproximadamente 6 mil kg de hidrogênio. Segundo o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, o procedimento de transporte pode ser replicado no mundo.

“O hidrogênio renovável produzido a partir do etanol terá uma participação relevante na matriz energética nas próximas décadas, principalmente por reduzir significativamente os desafios envolvidos no transporte e distribuição do produto, que pode aproveitar a infraestrutura do etanol já existente nos postos, garantindo o abastecimento de veículos de forma rápida, sustentável e segura hidrogênio renovável”, afirma Mussa.

O evento contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que destacou a possibilidade do modelo do projeto em grande escala, afirmando a possibilidade de uma regulação sobre o tema

“Vamos estruturar a legislação, marcos regulatórios e fomentar essa produção para que a gente ganhe escala e São Paulo, de fato, seja líder na transição energética que vai diminuir nossa pegada de carbono e dar exemplo de sustentabilidade e economia circular. Estou muito feliz de ser testemunha do esforço, do talento e da criatividade do nosso pesquisador brasileiro, do nosso pesquisador paulista”,disse o governador.

*Matéria atualizada no dia 11 de agosto, às 07h58min, para inclusão de informações*