Após reunião com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou a criação de um grupo de trabalho junto ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para estudar a redução nos preços de passagens aéreas no Brasil a partir da composição dos valores do combustível de aviação (QAV).
A reunião entre os ministros ocorreu nesta segunda-feira, 5 de fevereiro. Não foi definida uma data para a criação do grupo de trabalho.
Segundo Silveira, o grupo irá apoiar os estudos já realizados tanto pelo ministério de Minas e Energia (MME) quanto pelo ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) para baratear o preço das passagens aéreas. “Sabemos que o preço do QAV é determinante na composição das tarifas das empresas”, disse o ministro em nota.
Apesar de Silveira declarar ter como objetivo a “democratização” das tarifas e a volta aos aeroportos da “classe média e pessoas menos favorecidas”, as companhias aéreas que operam no Brasil enfrentam dificuldades financeiras, com dívidas que aumentaram desde a pandemia de covid-19. Em janeiro, por exemplo, a Gol pediu recuperação judicial nos Estados Unidos. A companhia declarou que fechou o ano de 2023 com dívida na casa de R$ 20 bilhões, em valor ainda não auditado.
Maior fornecedora de combustível de aviação no Brasil, a Petrobras já declarou que não deve reduzir o preço do QAV para socorrer as empresas aéreas. “Abaixar artificialmente o preço representaria a Petrobras subsidiar um setor”, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na última quarta-feira, 31 de janeiro. Segundo Prates, o preço do combustível de aviação já caiu mais de 40% desde 2023.