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Âmbar Energia compra usina da Engie em Santa Catarina

A Âmbar Energia comprou a totalidade do capital social da Usina de Cogeração Lages (UCLA), via quotas de emissão, de titularidade do grupo Engie. 

Instalações da Âmbar Energia. A companhia assinou contrato de transferência em que assume a Amazonas Energia, mas efeitos só valem a partir de janeiro. Até lá, a Âmbar tentará obter maior segurança jurídica ao acordo.
Âmbar Energia | (Divulgação J&F)

A Âmbar Energia recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para comprar a totalidade do capital social da Usina de Cogeração Lages (UCLA), via quotas de emissão, de titularidade do grupo Engie. Aprovada sem restrições, a operação não teve valores divulgados.

Localizada no município de Lages, em Santa Catarina, a UCLA conta com uma unidade geradora com capacidade de 28 MW e utiliza resíduos de madeira produzidos na região como combustível.  A garantia física da usina para comercialização de energia é de 11,1 MW médios.

Segundo informações do site da Engie, a unidade iniciou suas operações em 2003 e tem autorização para operação válida até 2032.

Ao Cade, o grupo Engie informou que a venda é “uma boa oportunidade de negócios” e está em linha com o seu planejamento estratégico.

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Para a Âmbar, a aquisição é mais um passo rumo ao plano de crescimento da sua controladora, o grupo J&F, no setor de geração e comercialização de energia elétrica, que passa por ampliar o seu portfólio. A empresa também afirmou que a usina deve contribuir para maior segurança energética do Sistema Interligado Nacional (SIN), mitigando os riscos de déficit de energia no país.

Energia do grupo J&F

Atualmente, a Âmbar atua no mercado de geração de energia por meio da UTE Uruguaiana (639,9 MW), localizada no Rio Grande do Sul e integrada às reservas de gás da Argentina; e através da UTE Cuiabá, que conta com duas usinas termelétricas, somando 529,2 MW, e por um conjunto de gasodutos interligados que transportam o gás natural desde Chiquitos, na Bolívia até Cuiabá, no Mato Grosso.

O portfólio da empresa também conta com a UTE Candiota (350MW), localizada em Candiota, no Rio Grande do Sul, movida a carvão. A empresa também tem investido em usinas e geração distribuída de energia solar fotovoltaica.

O grupo J&F ainda conta com a unidade de cogeração Biolins, de 44 MW, que gera energia termelétrica e a vapor a partir de biomassa (bagaço de cana, cavaco de eucalipto e resíduos de biomassa diversos). Situada no Parque Industrial de Lins, no interior de São Paulo, o empreendimento abastece cerca de 33% das plantas da Friboi, JBS Couros e JBS Novos Negócios do próprio complexo industrial em que estão instaladas.

O restante da geração da usina vai para unidades da JBS e para o mercado nacional.

Além disso, o grupo detém, indiretamente, via a empresa Eldorado Brasil Celulose, dois empreendimentos localizados em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, com potência outorgada total de 264,1 MW.

No início de dezembro do ano passado, o grupo J&F anunciou a compra da Fluxus, empresa criada em 2023 e que recentemente comprou ativos em produção na Argentina. A Fluxus ainda não conta com ativos no Brasil, mas na Argentina celebrou acordo com a Pluspetrol para a aquisição da integralidade de três blocos do campo de Centenário, e de 33% do campo de Ramos. Somadas, as operações possuem produção diária e 9.325 barris equivalentes de óleo para a participação da Fluxus, sendo 1,3 milhão de metros cúbicos de gás e 1.365 barris de petróleo por dia.

Ainda se encontra sob análise da superintendência-geral do Cade a aquisição, pela Âmbar, da UTE Araucária (484,15 MW).

>> Âmbar fica com fatia da Petrobras na Ute Araucária por R$ 67,3 milhões