A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu a operação comercial de unidades geradoras da UHE Tucuruí, de titularidade da Eletronorte. O despacho foi publicado nesta sexta-feira, 24 de maio, no Diário Oficial da União.
Em abril deste ano, a UG10, de 350 MW, ficou indisponível após a temperatura do transformador principal de 500Kv subir. De acordo com a Eletronorte, após a ocorrência, foi iniciada junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) uma ação para verificar a causa da elevação de temperaturas.
Após relatar a indisponibilidade para a agência, a Eletronorte recebeu uma notificação da Aneel sobre a possibilidade de suspensão da unidade. Sem definir um prazo para retorno da operação, a empresa enviou uma resposta à notificação, na qual argumenta que existe uma “questão de superação de equipamentos na usina”, que tem sido discutida ao longo de vários anos, envolvendo inclusive a agência, o ONS, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Ministério de Minas e Energia (MME).
Segundo a Aneel, a Eletronorte acrescentou ainda que apenas em dezembro de 2023 teria sido definido o Plano de Modernização de Equipamentos 2023-2028, destacando a necessidade de substituição dos equipamentos da usina que se encontram superados.
“A empresa alega ainda outros pontos, abrangendo questões como o ‘compromisso em atuar sempre em conformidade com as diretrizes e regulamentações’, a existência de plano de investimentos em andamento” e a “implementação por parte da empresa de mais ferramentas preditivas, bem como manutenções preventivas de grande porte buscando mitigar riscos operacionais”, diz a agência na nota técnica sobre a suspensão.
Com base nas justificativas da Eletronorte, a Aneel afirma que já era de conhecimento da concessionária há anos que o equipamento em questão se encontrava em estado superação, sendo previsível e evitável por meio da execução sistemática de ações de manutenção preditiva e preventiva.
“Manutenções adequadas e, portanto, abarcadas dentro dos índices de referência, preconizam a troca dos equipamentos antes do fim de sua vida útil, de modo a não acarretar indisponibilidades indesejadas e mais extensas, como a ocorrida no caso concreto, que já se estende por mais de 230 dias. Sendo assim, é razoável assumir que a indisponibilidade verificada não está abarcada nos índices de referência atribuídos à usina, considerando que decorreu de razão evitável caso houvessem sido adotadas boas práticas relacionadas a ações preditivas de manutenção”, conclui a autarquia.
Suspensão no RS
A UG08 da eólica Aura Mangueira VI, de titularidade da CGN Brazil Energy, também teve a operação suspensa pela Aneel. De acordo com a empresa, a unidade, instalada em Santa Vitório do Palmar, no Rio Grande do Sul, está com 3MW de potência indisponibilizada após a ocorrência de uma forte chuva atingir a região em março de 2024.
Segundo a empresa, a ocorrência provocou danos em uma das pás do aerogerador da unidade. Em carta à agência, a companhia informou que está realizando uma pesquisa de causa raiz e que após a identificação do motivo, serão planejados os reparos necessários para o retorno.