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Aneel suspende operação de turbina de hidrelétrica da Copel indisponível desde março de 2023

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a suspensão da operação comercial da unidade geradora UG3, de 419 MW, da hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz de Areia), localizada entre os municípios de Guarapuava, Mangueirinha e Pinhão, no Paraná. A usina tem 1.676 MW de capacidade divididos em quatro turbinas, e a unidade suspensa está indisponível há mais de 400 dias, com previsão para retorno da operação em 15 de maio.

Usinas da Copel batem recorde de geração pelo terceiro ano consecutivo. Na foto, usina governador Bento Munhoz da Rocha Netto. Foz do Areia. Curitiba, 26/01/2017. Foto: Divulgação Copel
Usinas da Copel batem recorde de geração pelo terceiro ano consecutivo. Na foto, usina governador Bento Munhoz da Rocha Netto. Foz do Areia. Curitiba, 26/01/2017. Foto: Divulgação Copel

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a suspensão da operação comercial da unidade geradora UG3, de 419 MW, da hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz de Areia), localizada entre os municípios de Guarapuava, Mangueirinha e Pinhão, no Paraná. A usina tem 1.676 MW de capacidade divididos em quatro turbinas, e a unidade suspensa está indisponível há mais de 400 dias, com previsão para retorno da operação em 15 de maio.

A área técnica da Aneel recomendou a suspensão da operação da usina, destacando que não há viés punitivo, uma vez que assim que os reparos estiverem disponíveis e a disponibilidade for retomada, a condição de operação comercial da unidade poderá ser restabelecida pela agência, mediante solicitação da Copel.

Procurada pela MegaWhat, a Copel informou que a unidade está na etapa final de montagem e, nos próximos dias, deve iniciar os testes de comissionamento para retorno à operação. A empresa disse ainda que os contratos de venda de energia da hidrelétrica no mercado livre estão sendo atendidos com energia do portifólio de usinas da própria companhia.

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Problema na turbina

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Na nota técnica, a Aneel explicou que uma ocorrência causou danos na turbina da unidade e em toda a circunferência, na coroa do rotor Francis, na região dos labirintos dinâmico e fixo, levando ao seu desligamento, em março do ano passado.

A previsão inicial de retorno da usina era para dezembro do mesmo ano, prazo postergado duas vezes, sendo o primeiro para 15 de abril de 2024 e a seguinte para 15 de maio. Para justificar os adiamentos, em ofício enviado à agência, a Copel informou que ocorreu um atraso “significativo” para aprovação da logística de retorno do rotor à UHE Foz do Areia, em razão das fortes chuvas ocorridas em novembro de 2023, que comprometeram os acessos à usina por uma das rodovias, que era a única alternativa pavimentada, impedindo a passagem da carga com segurança e, consequentemente, inviabilizando a aprovação da autorização de transporte supracitada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DNIT/DER).

Para viabilizar alternativas e acelerar as ações corretivas nos trechos comprometidos, uma ação foi realizada pela empresa junto ao DNIT/DER. Após todas as aprovações necessárias serem realizadas, o rotor foi entregue em janeiro de 2024. Em março, a Copel recebeu uma notificação da agência sobre a suspensão da unidade, com prazo para resposta de dez dias. Pouco dias depois, a companhia apresentou informações complementares sobre a indisponibilidade prolongada programada, bem como argumentos e justificativas para impedimento da suspensão da operação comercial e apresentou o último prazo para retornar à geração.

Mais de 400 dias

No despacho, a Aneel afirma que entendeu, inicialmente, ao tomar conhecimento da ocorrência de março de 2023, que a indisponibilidade seria enquadrada nos índices de referência, e, por esse motivo, decidiu aguardar o retorno previsto para dezembro. Contudo, como a retomada não ocorreu e foi postergada duas vezes, a suspensão foi necessária.

“As postergações levaram a previsão para 15 de maio de 2024, ou seja, caso essa data se concretize, a indisponibilidade terá se prolongado por 432 dias. Desse modo, não é razoável admitir que a indisponibilidade da UG03, com duração superior a 12 meses e objeto de recorrentes postergações da previsão de retorno, seja abarcada nos índices de referência da usina. Nesse sentido, considerando a natureza da indisponibilidade, conclui-se que a suspensão da operação comercial da UG03 deve ser efetuada”, diz a nota técnica.

Retomada

Nesta semana, a Aneel restabeleceu a operação comercial da unidade geradora UG5, de 0,4 MW, da UHE Pedro Affonso Junqueira, no município de Poços de Caldas, no estado de Minas Gerais.

A suspensão ocorreu após um evento de indisponibilidade em 8 de abril de 2023 – que consistiu na perda do isolamento e princípio de incêndio, proveniente da não abertura do disjuntor da unidade geradora durante o processo de restabelecimento, onde o gerador foi motorizado.

Também foi retomada a operação comercial da UG3, de 6,43 MW de capacidade instalada, da PCH Cantú. A indisponibilidade na unidade geradora ocorreu no dia 17 de janeiro de 2024, por conta de isolação do seu enrolamento de armadura degradado em consequência da inundação da casa de força, ocorrida no dia 29 de outubro de 2023.

Operação comercial

Foram liberadas para início de operação comercial as unidades geradoras UG11 a UG12, num total de 8,4 MW, da eólica Caetité D; e da UG5, de 6,2 MW, da eólica Ventos de São Vitor 9. As usinas estão instaladas na Bahia

Também no estado, 12 unidades geradoras, somando 58,4 MW, das eólicas Ventos de Santa Luzia 02,  4 e  5 foram autorizadas a operar comercialmente.

Em Pedro Avelino, no Rio Grande do Norte, a eólica Santo Agostinho 18 recebeu o mesmo aval para a UG4, de 6,2 MW.

Da fonte térmica, foram autorizadas as UG5 e UG6, totalizando 80 MW, da UTE Barra Grande 2; a UG2, de 40,37 MW, da UTE Inpasa; e a UG7, de 15 MW, da UTE São JoséOs projetos estão localizados nos estados de Mato Grosso, Pernambuco e São Paulo.

Em solar, a agência liberou a operação comercial da UG1, de 0,75 MW, da UFV Usifundi; e as UFVs Marangatu 1 a 12, totalizando 360 MW. As plantas estão situadas nos estados do Piauí e Rio Grande do Sul.

Operação em teste

No Rio Grande do Sul, foi autorizada a operação em teste das UG1 a UG9, somando 720 kW, da Ape Master 4. No Espírito Santo, recebeu o mesmo aval a UG1, de 440 kW, da UFV Unimarka.

Autoprodução

A Novo Atacado Comércio de Alimentos foi autorizada a alterar o regime de exploração da UFV Castilho 4, de 49,9 MW, localizada em Castilho, estado de São Paulo, de Produtor Independente de Energia Elétrica (PIE) para Autoprodução de Energia Elétrica (APE).

A Aneel ainda autorizou a alteração do regime de exploração das usinas solares fotovoltaicas Jusante 2 e Jusante 7, de produtoras independentes de energia para autoprodutoras. As usinas, de titularidade da

Cemig, possuem 10 MW de capacidade instalada cada, e ficam em São Gonçalo do Abaeté, em Minas Gerais.

Já Irani Papel e Embalagem poderá implantar e explorar sob o regime de autoprodução a PCH São Luiz, de11,5 MW, localizada no município de Ponte Serrada, em Santa Catarina.