O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta terça-feira, 21 de janeiro, o descruzamento de ativos da Copel e da Eletrobras. O acordo foi anunciado pelas empresas em dezembro de 2024 e ainda deve passar pela aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Nos termos do contrato da operação, a Eletrobras receberá, por meio de alienação, a participação integral da Copel Geração e Transmissão (Copel GT) na hidrelétrica Colíder (300 MW), além de R$ 365 milhões no fechamento da operação – valor sujeito a mecanismos de ajustes de preço usuais de mercado.
Por sua vez, a Copel GT receberá toda a fatia de 49% da Eletrobras na UHE Mauá (361 MW) e a participação integral de 49,9% da Eletrobras na transmissora Mata de Santa Genebra.
Como resultado da operação, a Copel torna-se detentora de 100% do consórcio Mauá e da transmissora, enquanto a Eletrobras controlará integralmente a usina UHE Colíder.
Ao Cade, a Eletrobras disse que a operação é uma oportunidade de investimento em um ativo rentável e pode otimizar suas participações minoritárias, bem como simplificar sua estrutura.
Para a Copel, a operação implicará na melhoria da sua eficiência operacional para o portfólio da subsidiária integral Copel GT, bem como na otimização da alocação de capital, tendo em conta as sinergias entre os ativos que permanecerão na empresa (Mata de Santa Genebra e UHE Mauá). A empresa também destacou como benefícios a redução dos custos com estrutura administrativa e a maior agilidade nos processos e decisões.
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Racional da Eletrobras
A UHE Colíder está localizada no Mato Grosso, no rio Teles Pires, onde a Eletrobras já detém o controle da UHE Teles Pires (1.820MW), além de participações nas UHEs Sinop (402 MW) e São Manoel (700 MW). Desta forma, a Eletrobras vê potencial geração de valor via sinergias operacionais.
A hidrelétrica Colíder possui contratos no ambiente de contratação regulada (ACR), para cerca de 70% da sua garantia física, com prazo até 2044 e contratos no ambiente de contratação livre (ACL) para o restante da garantia física, com prazos até 2029.
Os ativos da UHE Colíder serão recebidos sem caixa, com uma dívida de aproximadamente R$ 408 milhões e um Ebitda estimado de cerca de R$ 235 milhões em 2025.
Como resultado da transação, Eduardo Haiama, vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, destacou que a empresa aumentará a sua capacidade instalada de geração em 122 MW, com acréscimo de Ebitda e lucro líquido a partir do fechamento e redução de dívida líquida.
Estratégia Copel
Segundo Felipe Gutterres vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, o descruzamento ajudará a empresa a compensar, imediatamente após o closing, aproximadamente R$ 170 milhões de prejuízos fiscais contabilizados referentes à impairment (prejuízo) da UHE Colíder.