O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra, pela Gerdau, da totalidade das ações das empresas Rio do Sangue e Paranatinga Energia, pertencentes a Atiaia Energia, por R$ 440 milhões. O negócio foi anunciado em janeiro deste ano e está sujeito ao aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
As empresas são responsáveis pelas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) Garganta da Jararaca e Paranatinga II, que somam 58 MW e estão localizadas no estado do Mato Grosso. Os ativos fornecerão energia para unidades produtoras de aço da Gerdau no Brasil, em regime de autoprodução, equivalentes a aproximadamente 8% do consumo de energia de suas operações no país.
Ao Cade, a Gerdau acrescentou que a operação a ajudará a atingir os objetivos de maior competitividade de custos produtivos, com vistas a se tornar uma empresa ainda mais sustentável no longo prazo, em alinhamento com seu compromisso para a redução das emissões de carbono e a utilização de energia renovável.
Por sua vez, a Atiaia Energia disse que a operação representa uma oportunidade de negócio para geração de retorno financeiro aos seus investidores e consequente possibilidade de realização de novos investimentos no mercado brasileiro de geração e comercialização de energias renováveis.
Segundo a Gerdau, o preço de aquisição será pago à vista, na data do fechamento, com recursos próprios disponíveis.
Plantas do acordo
A PCH Garganta da Jararaca está localizada na bacia do rio Amazonas, em Campo Novo do Parecis, Mato Grosso, com potência instalada de 29,3 MW. Operando desde novembro de 2006, o projeto gera, em média, 181.595.000 kWh/ano.
Já a PCH Paranatinga II está instalada no rio Culuene, entre as cidades de Paranatinga e Campinápolis, também no Mato Grosso, com potência instalada de 29,02 MW. O projeto opera desde fevereiro de 2008 e gera, em média, 146.380.000 kWh/ano.
Escalada da Gerdau no setor elétrico
A Gerdau atua primariamente na produção e comercialização de produtos de aço em geral, por meio de suas fábricas localizadas no Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos, México, Peru e Uruguai.
Em junho de 2020, o grupo Gerdau inaugurou a Gerdau Next, que é a divisão de negócios responsável pela criação e incorporação de novas empresas em segmentos estratégicos para além da indústria do aço. Uma das investidas da divisão foi com a Newave Energia, na qual detém participação indireta, no investimento do parque Solar Arinos (420 MWp), em Minas Gerais.
A empresa anunciou em dezembro de 2024 que, juntamente com a sua subsidiária Gerdau Aços Longos e a Newave Energia, iniciou a construção de um novo parque de geração de energia solar, em Barro Alto, no estado de goiás. O complexo solar Barro Alto terá capacidade total de aproximadamente 452 MWp, e receberá um investimento total de cerca de R$ 1,3 bilhão, com a conclusão da construção prevista para o primeiro semestre de 2026.
A Gerdau também anunciou a assinatura de memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) com a Petrobras para explorar oportunidades comerciais e potenciais parcerias voltadas para a descarbonização de ambas as empresas.
Neste ano, Newave Energia recebeu aval do Cade para seguir com a compra de participação na Bismut Comercializadora de Energia, atualmente detida integralmente pela Matrix Energy Participações.