A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu a operação comercial da unidade geradora UG5, de 21 MW, da termelétrica Maracanaú I, que utiliza óleo combustível especial OCB1 para geração, após “um incêndio de grandes proporções no gerador elétrico da unidade”, ocorrido em 30 de setembro de 2024. A turbina já passou por suspensão no ano passado após um princípio de incêndio.
“No dia 30 de setembro de 2024, às 16h10, durante o despacho em atendimento à programação da Maracanaú, a equipe de operação se depara com um estrondo proveniente da sala de máquinas B. Logo após, ocorreu uma redução abrupta de potência sequenciada de um desligamento automático das unidades geradoras UG5 e UG6. O sistema de detecção de incêndio então foi acionado e equipe de brigada direcionada ao local, constatando-se incêndio de grande proporção na UG5”, relatou a empresa responsável pela usina, a Maracanaú Geradora de Energia (subsidiária do grupo Bolognesi), à Aneel.
Conforme nota técnica, imediatamente após o ocorrido, a companhia cumpriu seu plano de comunicação interna e iniciou uma investigação prévia do evento e a extensão dos danos.
“Devido à complexidade da manutenção corretiva a ser realizada na UG, se faz necessário que o equipamento permaneça indisponível por um período superior a 90 dias, tendo como data estimada de avaliação dos danos o dia 01 de janeiro de 2025. A UTE Maracanaú I reforça que as ações de manutenção da operação da unidade geradora se encontravam em conformidade, sendo que nos últimos dois anos a unidade geradora passou por manutenção de reparo […],bem como por comissionamento e teste de comprovação de carga junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)”, disse a companhia para a Aneel.
Ainda de acordo com a empresa, seguindo as recomendações do fabricante do gerador (ABB), inicialmente, será utilizado o procedimento de desmontagem e inspeção de todos os componentes para identificação de causa raiz.
Mesmo com a indisponibilidade, a companhia informou que “honrará integralmente suas obrigações comerciais, de modo que não houve alteração da capacidade do empreendimento de atender a seus compromissos mercantis, tal como determinado pela norma”.
A termelétrica Maracanaú I opera sob o regime de produção independente de energia elétrica (PIE), com oito unidades moto-geradoras, totalizando 168 MW de capacidade instalada. O empreendimento está localizado no município de Maracanaú, no Ceará, e tem autorização para funcionamento até dezembro de 2042.
A UTE opera na modalidade disponibilidade, com ordem de despacho exclusiva do ONS. O Custo Variável Unitário (CVU) atual da usina é de R$ 1014,02/MWh.
Retorno de operação
Já a Enel Green Power recebeu a autorização para retomar a operação da UG6, de 5,5 MW, da eólica Pau Ferro II, localizada no município de Tacaratu, estado de Pernambuco.
A operação foi suspensa em fevereiro deste ano depois de uma inspeção verificar dano significante na blade interna, de fabricação da GE.
Em março, a Enel Green Power enviou carta para a Aneel sobre o ocorrido, com uma previsão inicial de retorno da operação. Posteriormente, o prazo foi alterado quatro vezes pela empresa, sendo a última data esperada para retomada em 19 de dezembro de 2024, prazo antecipado pela empresa.
>> Assine a MegaWhat e receba as movimentações das empresas e os destaques do Diário Oficial da União no seu celular.
Geração Solar
A Atlas Renewable Energy obteve autorização da Aneel para operar comercialmente as unidades geradoras UG1 a UG38, somando 123,54 MW, das UFVs Vista Alegre IV, VI e XII.
Localizados no município de Janaúba, em Minas Gerais, os projetos integram o Complexo Vista Alegre, com potência instalada de 902 MWp. A estimativa de operação é em 2025.
Testes de eólicas
A CGT Eletrosul, controlada pela Eletrobras, recebeu resposta positiva para o pedido de testes nas UG8 a UG13, que somam 25,2 MW, da eólica Coxilha Negra 4, instalada na cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul.
O empreendimento faz parte do Parque Eólico Coxilha Negra (302,4 MW), composto por 72 aerogeradores, distribuídos em três conjuntos de usinas: Coxilha Negra 2, Coxilha Negra 3 e Coxilha Negra 4. A expectativa é que o parque entre em operação ainda em 2024, com a energia gerada sendo comercializada no ambiente de contratação livre.
A Engie conseguiu autorização na modalidade para as UG1 a UG9, totalizando 40,5 MW, da eólica Serra do Assuruá 3, situada no município de Gentio do Ouro, na Bahia.
A usina integra o conjunto Serra do Assuruá, formado por 24 parques eólicos, com capacidade instalada total de 846 MW. A previsão de conclusão é para o segundo semestre de 2025.
Também no estado, mas na cidade de Várzea Nova, o aval foi para a geradora UG6, de 4,5 MW, da eólica Ventos de Santa Luzia 14.