A Light pediu a análise da adequabilidade do Sumário Executivo para ampliação da hidrelétrica Fontes Nova dos atuais 132 MW para 292 MW, destacando seu interesse em participar do leilão de reserva de capacidade, marcado para 27 de junho.
A usina está localizada no município de Piraí, no Rio de Janeiro, com um total de três unidades geradoras em operação e uma edificação posicionada entre ela e a PCH Lajes, a qual se destinará à instalação das novas unidades geradoras.
Em seu pleito, a Light Energia S.A. busca a instalação de três novas unidades geradoras, cada uma com 53,33 MW de capacidade instalada. Segundo nota técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a ampliação não altera as estruturas do empreendimento.
“Todavia, a edificação existente ao lado da casa de força e que contempla as unidades hoje em operação será objeto de alteração para que comporte as novas unidades geradoras. Também será objeto de alteração parcela do circuito de adução”.
Ressalvas quanto a vazões e incremento energético
Com o compartilhamento das vazões aduzidas no reservatório de Lages entre as duas casas de força, a Aneel ressalva que a implantação das três novas unidades geradoras, fará com que a vazão máxima turbinada passe de 51 m³/s para 117,37 m³/s.
“Essa capacidade de adução de vazão coloca a usina em uma condição de supermotorização, já que vazões superiores a 60 m³/s ocorrem em menos de 1% do tempo, conforme se verifica da curva de permanência apresentada nos estudos”, aponta trecho da nota técnica.
Com a motorização, o fator de capacidade da usina passará de 0,37 para 0,17, uma vez que o incremento de potência é da ordem de 121%, e o de energia firme é de 3,6%.
Embora o incremento energético seja considerado baixo quando comparado com o incremento na capacidade instalada da usina, a Aneel destaca que “a motorização a maior não é nenhum impeditivo à emissão do DRS-EVTE, cabendo à concessionária, por sua conta e risco, definir o montante de potência adicional que será instalado na usina com vistas à participação no LRCAP”.
Com a emissão do DRS-EVTE, a Light pode pedir o licenciamento ambiental aos órgãos ambientais competentes bem como a adequação da outorga de direito de uso de recursos hídricos à ampliação pretendida.
Fontes Nova no Complexo de Lajes
A hidrelétrica compõe o chamado Complexo de Lajes e é abastecida pelo reservatório de Lajes. Conforme detalhamento da agência reguladora, o complexo é composto por oito reservatórios, uma PCH e três hidrelétricas, incluindo a Fontes Nova.
Segundo a Light Energia, esse é o principal sistema de geração do grupo e que teve sua construção iniciada em 1903. “Hoje, as três hidrelétricas mais uma pequena central hidrelétrica do Complexo de Lajes somam uma capacidade instalada de 629 MW”, diz a empresa.
Além da geração de energia, o Complexo de Lajes tem a função de abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Assim, o uso ótimo do potencial hidráulico se dá por meio de regras operativas específicas de cada um dos reservatórios.
A operação da usina deve observar as regras específicas do reservatório de Lajes além de possibilitar que a vazão da usina de jusante, a UHE Pereira Passos, que deságua no reservatório de Paracambi, permaneça compatível com as necessidades de captação de água do Sistema Gandu, para abastecimento público.