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Rede D’Or analisa compra da Bolt Retail para entrar no mercado atacadista de energia

Rede D’Or (Divulgação)
Rede D’Or (Divulgação)

O grupo Rede D’Or analisa a compra do controle total da Bolt Retail Comercializadora de Energia, detida pela Bolt Capital. A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas precisará passar por validações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A operação abrange a Clínica São Vicente, pertencente ao grupo D’Or, que busca gestão de seus contratos de compra e venda de energia elétrica para obter melhor direcionamento dos volumes necessários de energia elétrica aos seus estabelecimentos com a compra, conforme informações prestadas ao órgão antitruste.

Segundo o processo, a Bolt Reital é uma sociedade em fase pré-operacional que desenvolverá atividades de comercialização atacadista de energia elétrica e cuja totalidade do capital social é detida pela Bolt Capital. Caso a operação seja aprovada pelas outras entidades, a sociedade passará a ser 100% detida pela Clínica São Vicente.

Em documentos fornecidos ao Cade, o grupo Bolt disse que a operação representa uma boa oportunidade de negócio.

Estratégias da Rede D’Or no setor de energia

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O grupo Rede D’Or não atua no setor brasileiro de geração, comercialização, distribuição e transmissão de energia elétrica, sendo apenas consumidora. No entanto, a empresa destacou no processo que a operação busca, justamente, a possibilidade de entrada no mercado de comercialização de energia elétrica.

A companhia atua, preponderantemente, no segmento de cuidados à saúde por meio de empreendimentos médico-hospitalares, clínicas, laboratórios de serviços de apoio à medicina diagnóstica e bancos de sangue. Além disso, o grupo Rede D’Or também atua, por meio da SulAmérica e de suas controladas, no segmento de proteção de pessoas, especialmente nos segmentos de saúde e odontológico e de proteção financeira.

Em agosto de 2024, o Cade aprovou a constituição de consórcios entre os grupos CGN e Rede D’Or para exploração conjunta de quatro usinas solares fotovoltaicas, localizadas no município de Russas, no estado do Ceará.

Ao órgão antitruste, o grupo de saúde disse que suas subsidiárias envolvidas na operação são consumidoras intensivas de energia, sendo que a parceria permitiria o enquadramento destas como autoprodutoras. Estavam envolvidas nessa operação a Clínica São Vicente, os Hospitais Esperança, Fluminense e Norte D’Or de Cascadura, a Medise Medicina Diagnósticos e Serviços, a Onco Star SP e a Rede D’Or São Luiz.

“A operação poderá resultar apenas em potencial integração vertical entre a comercialização de energia elétrica pela Bolt Reital e o consumo de tal energia pelo grupo Rede D’Or, sendo ela, contudo, irrisória sob a ótica concorrencial, sobretudo pelos seguintes motivos, pois a empresa-alvo encontra-se em fase pré-operacional”, diz trecho do processo.