
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu resposta favorável ao pedido de revisão do Custo Variável Unitário (CVU) da termelétrica Três lagoas, da Petrobras. A planta tem potência instalada de 386 MW e não possui contrato de comercialização vigente, atualmente em regime merchant.
Foi aprovado o CVU no valor de R$ 957,31/MWh, referente a julho de 2025. A Parcela de Custo Fixo foi fixada em R$ 102,89/MWh e o montante de geração necessário à recuperação dos custos fixos no valor de 997.793 MWh.
Os valores deverão ser aplicados por um período de 12 meses pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para consideração nos processos de planejamento e programação da operação, e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para contabilização e liquidação da energia elétrica produzida pela usina no período.
No início da semana, o Operador Nacional enviou ofícios aos donos de quase todas as termelétricas do país pedindo prontidão das usinas para garantir o atendimento eletroenergético caso seja necessário o despacho para atendimento da demanda nos próximos meses.
Disponibilidade merchant
Conforme despacho da autarquia, a usina está enquadrada dentro da portaria nº 108/2025 do Ministério de Minas e Energia, que permite a inclusão excepcional de custos fixos nos custos variáveis unitários (CVU) das termelétricas operacionais, despacháveis centralizadamente e sem contrato vigente de comercialização de energia elétrica, conhecidas como usinas merchant.
A regra busca garantir maior disponibilidade energética em cenários de risco para o sistema elétrico nacional. Segundo o MME, a inclusão dos custos fixos funciona como incentivo para que as térmicas merchant estejam disponíveis para despacho, contribuindo com a segurança do atendimento ao consumidor.
Em 2024, a térmica da Petrobras teve CVU revisado para R$ 996,7/MWh, com a parcela de custo fixo de R$ 77,39/MWh
O CVU é associado aos custos variáveis de combustível e de operação e manutenção de termelétricas despachadas centralizadamente pelo ONS. O custo variável é o fator determinante para o despacho termelétrico, pelo ONS, porque a partir do CVU estabelece-se a ordem de mérito econômico, como é chamada a fila de despacho de usinas pelo ONS, ou seja, a fila de comando.
Térmicas com CVU revisado
A Aneel já aprovou a revisão do Custo Variável Unitário (CVU) de oito térmicas operadas pela Âmbar Energia, EDF Brasil e pela Petrobras. As decisões foram publicadas em despachos no Diário Oficial da União da última semana e compreendem projetos contratados no leilão de reserva de capacidade de 2021, que tiveram seus contratos antecipados, e usinas descontratadas, atualmente em regime merchant.
Da Petrobras, foram aprovados novos CVUs para as termelétricas Nova Piratininga, Seropédica, Canoas e Juiz de Fora, em regime merchant. A estatal ainda revisou os custos das UTEs Ibirité e Termorio, do leilão de reserva de capacidade de 2021.
A UTE Norte Fluminense, da EDF Brasil, e a UTE Araucária, da Âmbar, também tiveram os valores revisados.