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Volga Energia assume eólicas da Acciona na Bahia

Eólicas
Acordo entre Acciona e Volga Energia em eólicas

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a transferência de ações de nove usinas eólicas em desenvolvimento da Acciona Energia para a Volga Energia, empresa controlada pelo grupo Pattac.

A operação abrange os projetos Ventos de Santa Inês 04 a 12, que totalizam 342,2 MW de potência instalada, localizados no município de Ipupiara, no estado da Bahia. Segundo informações no portal da Volga, os ativos fazem parte de um complexo híbrido, que poderá atingir até 500 MW em geração eólica e 300 MW em solar fotovoltaica.

Nos autos do processo no Cade, as empresas destacaram que a operação não depende do aval de outros órgãos. Informações sobre a porcentagem transferidas e de valores não foram divulgadas.

Ao Cade, a Volga destacou que a operação representa uma oportunidade de reintegrar as plantas às suas atividades e expandir seus projetos de produção de energia renovável no Brasil. A Acciona Energia não divulgou manifestação para justificar a transferência.

Volga Energia

A companhia detém projetos de geração de energia elétrica e faz parte do grupo Pattac, que concentra seus investimentos no setor de infraestrutura, incluindo o setor de geração de energia renovável.

Atualmente, a empresa tem dois complexos de geração eólica, um solar fotovoltaico e uma hidrelétrica em fase de desenvolvimento nos estados da Bahia e Goiás. Juntos, os ativos somam 2 GW de potência.

A empresa ainda detém participação na Athon Energia (8,4%) e na PCH Ado Popinhak (22,6 MW), localizada na divisa dos municípios de Curitibanos e Correia Pinto, em Santa Catarina.

Acciona Energia no Brasil

Segundo reportagem da agência Reuters, a espanhola Acciona decidiu reduzir sua presença no setor de energia renovável no Brasil devido a dificuldades para viabilizar novos projetos de geração nos últimos anos, justificados pelos preços baixos de energia, custos com dívida e equipamentos em alta, além de questões pontuais como dificuldade de conexão com a rede de transmissão.

No início deste ano, a companhia e a Corporação Financeira Internacional (IFC), do Banco Mundial, anunciaram um acordo de US$ 600 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) para impulsionar projetos de infraestruturas sociais e ambientalmente sustentáveis da empresa no Brasil, no Peru e em outros países emergentes.

No Brasil, a parceria financiará parte da linha seis de metrô de São Paulo, via parceria público-privada (PPPs).

Em fevereiro, a Casa dos Ventos e a Acciona Energia romperam um contrato celebrado em 2021, que envolvia 18 sociedades de propósitos específicos (SPEs) detentoras de 800 MW em projetos eólicos em desenvolvimento na Bahia.

Até março, a empresa ainda somava 6,08 GW em pedidos de licenciamento de eólicas offshore no Ibama.