A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) está avaliando as reclamações trazidas por comercializadores em relação a problemas em processos de migração de consumidores, com o objetivo de superar os casos, caso se confirmem.
“Recebemos os dados na semana passada, e a partir daí estamos analisando com as empresas as questões que nos foram trazidas. Nossa visão é construir algo adequado”, disse Marcos Madureira, presidente da Abradee, se referindo às reclamações coletadas pela Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) junto de agentes sobre os problemas na migração de consumidores livres.
As reclamações foram recebidas pela Abraceel por meio de um canal exclusivo aberto aos associados. Em 30 dias, foram ouvidos 148 casos de 20 associadas, 90% das queixas referentes às distribuidoras, sendo a maioria por problemas como descumprimento de prazos, problemas na comunicação, e exigências desnecessárias pelas empresas.
Leia mais: Comercializadoras denunciam problemas com distribuidoras nas migrações de consumidores livres
Segundo Madureira, os números serão analisados e a Abradee ainda não tem uma posição sobre as informações. Uma possibilidade, a partir disso, será buscar a uniformização das regras para melhorar os processos de migração, já que com o aumento de operações as irregularidades serão passiveis de acontecer.
Ele destacou, contudo, que 148 queixas em um universo de mais de 3.300 migrações de consumidores no primeiro semestre deste ano é um número pequeno relativamente.
A Abraceel afirma que o número não representa a totalidade dos problemas, pois muitos consumidores não querem prosseguir com denúncias por receios de represálias das distribuidoras.
Um problema apontado pela Abraceel, responsável por apenas 4% dos 148 casos relatados, se refere ao abuso de poder de mercado pelas empresas, que estariam compartilhando com a comercializadora do grupo a base de dados e o contato do consumidor que iniciou a denúncia com outra comercializadora, concorrente.
Para Madureira, o percentual também é baixo dentro de um universo já pequeno de consumidores migrando ao mercado livre, e não pode ser usado para indicar um problema mais grave no segmento. “É uma ênfase exagerada para uma coisa que se mostra como pontual”, disse.