Dentro do setor elétrico, o segmento de distribuição é o que mais tem solicitado adesão à suspensão temporária de pagamentos de parcelas de financiamentos (“standstill”, no jargão em inglês usado pelo mercado) do BNDES, disse Carla Primavera, superintendente de Energia do banco, ao participar do evento ABC SmartTaks, transmitido pela internet pelo Banco ABC Brasil.
O programa do BNDES oferece seis meses de suspensão de pagamento de principal e juros, com incorporação dos valores no saldo devedor das operações sem alteração do prazo. Como o objetivo do banco é dar liquidez e caixa a empresas que estejam em dificuldades, há algumas exigências como o veto à distribuição de dividendos referentes ao exercício de 2020.
“Assim, aquele investidor que não foi atingido pela crise não tem incentivo de pedir a suspensão”, disse ela.
Segundo a superintendente de energia, as distribuidoras de energia são a que mais pleitearam suspensão de pagamentos em termos de volume e participação sobre a carteira do banco, considerando o setor elétrico.
Em transmissão, os pedidos são mais “comedidos”, e partem de players que precisam de caixa em razão de atrasos de projetos, por exemplo.
“Em geração, observamos muitos pleitos de usinas hidrelétricas, que já vêm sofrendo muito com a questão do GSF”, disse Carla Primavera.
No mercado livre, os pleitos ainda não têm grande volume, mas a executiva apontou que espera que a suspensão dos pagamentos possa amenizar a situação de alguns geradores expostos no mercado. Por enquanto, o banco ainda espera para ver como esses projetos vão se comportar.
