As chuvas de outubro trouxeram alívio no cenário hidrológico no curto prazo, mas ainda é preciso resolver o impacto trazido pelos preços elevados de energia no caixa das distribuidoras, disse Gustavo Estrella, presidente da CPFL Energia, em teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre do ano.
Ao fim do terceiro trimestre, as distribuidoras da CPFL tinham um ativo regulatório de R$ 3,1 bilhões, o maior da sua história. Isso é explicado pelo aumento das despesas com compra de energia mais cara no último ano, em meio à crise hídrica que atinge o país.
“O tamanho do nosso ativo regulatório precisa ser endereçado, num cenário em que o racionamento é cada vez mais improvável e os custos continuam elevados”, disse Estrella, completando que se trata de uma questão “setorial” que precisa ser endereçada nos próximos meses.
Enquanto nas distribuidoras do grupo o alto custo da compra de energia continua afetando o caixa, no mercado livre, a companhia enxerga uma queda de preços, justamente por causa das chuvas. No médio prazo, a expectativa é que a grande entrada em operação de novas usinas renováveis acabe pressionando o preço para baixo, a depender da demanda.
Na teleconferência, Estrella falou ainda sobre expectativa de crescimento da CPFL, e disse que a companhia vai avaliar nos próximos leilões de transmissão se algum ativo se encaixa na sua estratégia, para que possam participar da disputa.
Em geração, a companhia tem um pipeline de 4 GW em projetos, que são mantidos “vivos e em análise”, de acordo com Vitor Fagali, diretor de novos negócios da companhia. Segundo ele, eles serão desenvolvidos quando tiverem viabilidade econômica e financeira.