Distribuição

Com prejuízo de R$ 5,6 bi, Light buscar equacionar dívidas e antecipar renovação da concessão

Depois de reportar um prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões em 2022, a Light trabalha paralelamente na negociação com credores e na antecipação da renovação da sua concessão, buscando que as pautas tenham convergência nos próximos 12 meses.

Com prejuízo de R$ 5,6 bi, Light buscar equacionar dívidas e antecipar renovação da concessão

Depois de reportar um prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões em 2022, a Light trabalha paralelamente na negociação com credores e na antecipação da renovação da sua concessão, buscando que as pautas tenham convergência nos próximos 12 meses.

Segundo o presidente da companhia, Octávio Pereira Lopes, em teleconferência com analistas nesta quarta-feira, 29 de março, esse seria o ‘mundo ideal’ com resultado em poucos meses. No entanto, enquanto a renegociação das dívidas com os credores seria um processo relativamente rápido, e ainda no começo, a antecipação da renovação da concessão, prevista para junho de 2026, depende do poder concedente e necessitaria de um processo de médio prazo, com estruturação de capital para suportar a concessão por mais 30 anos.

“Existe um arcabouço regulatório, legislativo e muito claro para a antecipação da renovação da concessão. Ela é possível, mas a gente não pode garantir ela vai acontecer”, ressaltou Lopes. Em outro momento, destacou que essas condições “a serem estabelecidas” estão dentro dos requisitos atendidos pela empresa.  

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto isso, a empresa diz ser indiscutível manter a normalidade da concessão e que tem condições de fazer isso. Relacionando a outras distribuidoras de energia que passaram por processo de privatização por não atingirem índices regulatórios de qualidade do fornecimento e inadimplência setorial, “a Light a está muito longe de ser uma distribuidora Ebitda negativo e muito mais longe (…) do mínimo que a distribuidora tem que ter para manter a concessão em funcionamento”, disse o CEO da Light.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O executivo ainda ressaltou que a empresa continuará a fazer os investimentos necessários para manter padrão de qualidade, atender às obrigações regulatórias e de expansão de novas conexões dentro do prazo necessário. Entre as medidas que a distribuidora não tomaria, “seria qualquer solução de empurrar com a barriga e de resolver a questão de curto prazo”.

Além do que disse ser uma obrigação com os consumidores, Lopes destacou que a manutenção dessas condições busca a renovação da concessão. Entretanto, ele apontou que não haverá a destinação de grandes montantes de investimentos para as Áreas de Severa Restrição Operativa (ASRO), nas quais a companhia não identificou retorno positivo e tem reduzido os aportes nos últimos anos.

A participação expressiva na carga da distribuidora de consumidores nessas áreas, também daria o entendimento para tratamento diferenciado no processo de renovação das concessões, e de uma análise, dentro de um novo arcabouço regulatório, do tratamento dado às perdas não técnicas nessas localidades.

Resultado

A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões em 2022, ante um lucro de R$ 397 milhões em 2021. A receita operacional líquida totalizou R$ 12,1 bilhões, queda de 13,1% na comparação anual.

No resultado, a empresa aponta o reconhecimento de eventos não recorrentes, como a provisão para devolução de créditos de PIS/Cofins impactou o Ebitda em R$1 bilhão e  o resultado em R$ 2,6 bilhões.

O Ebitda ajustado consolidado do ano totalizou R$1.694,9 milhões em 2022, um incremento de 28,8% na comparação com o resultado de 2021. No caso da distribuidora, o Ebitda acumulado do ano foi de R$ 955,6 milhões.