A “Conta-Covid”, empréstimo negociado pelo governo com um sindicato de bancos para injetar liquidez nas distribuidoras de energia, deve ajudar a reduzir em 2,28 pontos percentuais os aumentos tarifários de 2020, de acordo com a TR Soluções, empresa de tecnologia aplicada ao setor elétrico.
As projeções da TR Soluções apontam para uma alta média de 7,3% nas tarifas de energia neste ano. Sem o empréstimo, o aumento seria de 9,58%.
O aumento tarifário esperado para 2020 está associado ao aumento dos custos com compra de energia, principalmente o dólar (por conta de Itaipu, principalmente), ao repasse do prejuízo associado à sobrecontratação das distribuidoras, ao aumento esperado para os custos de transmissão e à elevação de 24% na quota da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) definida em dezembro de 2019.
Para 2021, os cálculos indicam redução de 1,48% nas tarifas. Sem a Conta-Covid, haveria aumento de 1,37%, em média. As projeções refletem a perspectiva de redução da quota de CDE a partir do ano que vem, pela redução de subsídios e queda dos preços de combustíveis.
Os cálculos da TR Soluções consideram 38 distribuidoras, responsáveis por 98% do mercado, e pressupõem adesão de todas à Conta-Covid, que captaria, assim, todos os recursos potencialmente disponíveis.
Essas estimativas já consideram um componente adicional médio, relativo ao empréstimo, de R$ 5,02/MWh na Tarifa de Energia (TE) e R$ 3,78/MWh na Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição (Tusd).
O cenário usado pela TR Soluções foi atualizado considerando as informações do Boletim Focus de 29 de maio, que previa queda de 6,25% para o PIB deste ano e câmbio de R$ 5,40 ao fim do período.