
Os índices de reajuste e revisão da conta de energia elétrica devem ficar abaixo da inflação em 2025, com efeito médio de 3,5%, projeta a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no novo boletim trimestral InfoTarifa, lançado nesta segunda-feira, 7 de abril.
A tarifa média da classe residencial B1 ficou em R$ 736/MWh em março de 2025. A composição média dessa tarifa é liderada por compra de energia (43%), seguida por custos com distribuição (31%) e encargos setoriais (18%).
Entre os destaques da primeira edição do boletim, está o efeito médio anual projetado de 3,5% ante as projeções de 5,1% no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e de 5,6% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Detalhe da conta
Já quanto aos aspectos que explicam a projeção da Aneel estão a previsão de R$ 41 bilhões no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2025 e os impactos dos índices inflacionários nos custos de distribuição (parcela B).
Em 2024, a Aneel apurou R$ 48 bilhões em subsídios ao setor de energia. Para este ano, a expectativa é de aumento de 1,6% nos encargos setoriais, com aumento das cotas da CDE Uso.
“Nosso objetivo é proporcionar à sociedade previsibilidade e transparência quanto aos impactos no cálculo das tarifas, e a ideia é atualizar esse panorama trimestralmente, à medida que os reajustes das distribuidoras forem deliberados”, explica o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa.
Outro dado destacado pela agência é a evolução de cada componente do cálculo nos últimos 15 anos. O boletim mostra que a conta aumentou em ritmo inferior ao IGP-M e ao IPCA, ao mesmo tempo em que alerta que os encargos setoriais, criados por meio de leis, cresceram mais de 250% no período.
A componente de distribuição, por outro lado, apresenta índice abaixo das demais. “Resultado, entre outros fatores, de uma série de medidas e regras da Aneel para melhor refletir, na conta de luz dos brasileiros, a eficiência das distribuidoras na prestação dos serviços”, diz a autarquia.
Considerando os custos de transporte, a projeção é de queda de -0,3%, após o reequilíbrio de ativos das Receitas Anuais Permitidas (RAPs) das transmissoras, cujas revisões estavam represadas.
No item compra de energia, a previsão também é de alta, com aumento dos custos de Itaipu decorrente de aumento da taxa do dólar, e dos Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEARs), no mix de compra das distribuidoras, com um pequeno aumento nos preços – uma vez que os contratos na modalidade disponibilidade tendem a ficar estáveis devido ao bom nível dos reservatórios.