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Cortes em eólicas da CPFL superam 20% no semestre

Edifício da CPFL Energia em Campinas | Foto: CPFL
Edifício da CPFL Energia em Campinas | Foto: CPFL

A CPFL Energia registrou cortes em sua geração eólica (curtailment) de 372 GWh no primeiro semestre de 2025, o que representou 20,9% da geração no período, contra 8,6% da geração no primeiro semestre de 2024. Em relação ao segundo trimestre de 2025, os cortes foram de 237 GWh, ou 24,2% da geração.

O diretor-presidente da CPFL, Gustavo Estrella, classificou o aumento nos cortes como “expressivo” e indicou que um cenário ainda mais crítico pode estar por vir. “O curtailment segue sendo um ponto de muita preocupação, lembrando que o grande impacto vem agora no segundo semestre pela temporada de ventos”, disse o executivo nesta segunda-feira, 18 de agosto, em teleconferência com investidores sobre o resultado do segundo trimestre de 2025. “A gente segue com um desafio setorial para endereçar o tema do curtailment, e ele segue crescendo, impactando ainda mais os resultados das geradoras de renováveis, CPFL incluída”, finalizou.

Apesar dos cortes, a geração eólica da CPFL no trimestre aumentou 11,9%, atingindo 743 GWh. Segundo a empresa, o maior volume de ventos contribuiu para compensar parcialmente os cortes na geração. A CPFL calcula que, descontando o curtailment, o aumento na geração eólica teria sido de 28% no trimestre.

Vendas de energia caem

No trimestre, as vendas de energia do grupo CPFL recuaram 1,6%, puxadas por menor consumo nos segmentos residencial, com redução de 4,8% e comercial, com redução de 4,2%. Na indústria, houve aumento na ordem de 1,9%.

A CPFL avalia que, em grande medida, a redução no consumo se relaciona com as temperaturas mais amenas registradas em 2025 na comparação com o ano anterior, correspondendo a 4,4% sobre o menor consumo. A geração distribuída (GD) teve impacto de 1,8% na queda das vendas, calcula a empresa.

Resultados

No segundo trimestre de 2025, a CPFL Energia registrou lucro líquido consolidado de R$ 1,18 bilhão, com crescimento de 7,8% em um ano. Considerando os verticais da empresa, o aumento no lucro foi sustentado pelo segmento de distribuição, com ganhos de R$ 847 milhões, o que representou 50% a mais do que no ano anterior. Enquanto isso, os segmentos de geração, transmissão e comercialização e serviços registraram prejuízos de R$ 50 milhões, R$ 62 milhões e R$ 85 milhões, respectivamente.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 3 bilhões, montante 6,7% maior do que no ano passado. Também aqui o bom resultado foi sustentado pelo segmento de distribuição.