A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deliberou, em reunião extraordinária nesta quinta-feira, 25/06, os primeiros reajustes tarifários de energia a contarem com recursos da Conta-Covid, que teve seu empréstimo aprovado na última terça-feira, 23/06. Com isso, as distribuidoras Copel e Cocel terão efeitos médios em seus reajustes, respectivamente, de 0,41% e 0,58%.
O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, ressaltou que a importância dos empréstimo às distribuidoras é reduzir os efeitos nas tarifas. “Quero registrar a importância da Conta-Covid para os processos tarifários, demonstrando os reais objetivos que são os de amortecer as tarifas dos consumidores de energia elétrica brasileiro”.
Copel
A Copel atende a 393 municípios do Paraná, que correspondem a 4.749 mil unidades consumidoras, das quais, 32,8% correspondem a consumidores livres. O efeito médio para os consumidores em alta tensão, será de 1,13%, e para os de baixa tensão, de 0,05%.
Impactaram principalmente no valor do reajuste o custo com compra de energia, que ficou em 5,55%, afetado pela alta do dólar no valor das cotas de Itaipu. O valor da energia da usina apresentou aumento de 40,2% em relação ao ano de 2019, e significando 5,27% dos custos com aquisição de energia.
Em carta à agência reguladora, a distribuidora solicitou reverter parte dos valores a serem repassados pelo empréstimo da Conta-Covid no processo tarifário atual, que foi refletido na componente CVA (Conta de Variações da Parcela A) em -5,35%. Com isso, a CVA encargo de serviços e sistemas ficou em – 2,51%.
No final, a tarifa do consumidor residencial da Copel foi fixada em R$ 512,77/MWh, ante o valor de R$ 517,61/MWh de 2019. Com isso, a tarifa residencial da empresa passou a ocupar a 10 posição entre as tarifas mais caras no ranking da Aneel.
Cocel
No caso da distribuidora Campolarguense, o reajuste tarifário dos consumidores de alta tensão terá redução média de 0,5%, enquanto os clientes de baixa tensão terão aumento médio de 1,35%. A empresa atende a cidade de Campo Largo, no Paraná, com 52,4 mil unidades consumidoras, das quais, 39,78% estão no mercado livre de energia.
Assim como na Copel, os custos com aquisição de energia apresentaram impactos significativos no processo tarifário, representando 8,15%. O preço da energia de Itaipu teve uma variação de 37,4% do preço registrado em 2019, o que contribuiu para um impacto no processo de 6,71%.
A empresa também solicitou diferimento da neutralidade das perdas da rede básica, em função da pandemia do Covid-19, impactando no ativo financeiro em mais de R$ 1 milhão. Além disso, solicitou a antecipação da reversão dos valores da Conta-Covid como componente financeiro da CVA em processamento. O impacto financeiro da antecipação foi de cerca de R$ 2,66 milhões.
Com as medidas, o efeito médio aos consumidores passou de 5,10% para o aprovado nesta terça em 0,58%. Já a tarifa residencial, em comparação ao valor praticado no processo anterior, passou de R$ 557,12/MWh para R$ 551,58/MWh, passando a ocupar a 23 posição no ranking de tarifas.