Com quatro concessões de distribuição aguardando a renovação dos contratos nos próximos anos, a Energisa espera concluir as assinaturas dos termos aditivos no primeiro semestre de 2025 e, em paralelo, segue investindo “de forma bem prudente e direcionada” para garantir a excelência nos indicadores de qualidade.
“Acreditamos que o processo continuará sendo bem conduzido, com boa interlocução com os órgãos regulatórios e com a comunidade, tendo como pano de fundo a segurança jurídica regulatória e o consumidor como centro das decisões, disse Maurício Botelho, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, durante teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre do ano.
No período, a Energisa teve lucro líquido de R$ 552,9 milhões, alta de 12,1% na comparação anual, e uma receita líquida de R$ 6,9 bilhões, alta de 10,6%. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1,8 bilhão, queda de 7,6%.
Os investimentos em distribuição de energia no trimestre somaram R$ 1,5 bilhão, alta de 44% na comparação anual. No acumulado entre janeiro e setembro, foram R$ 4 bilhões, alta de 22,6%.
Segundo Botelho, os investimentos já surtiram resultados, e no trimestre, Energisa Acre e Energisa Rondônia, adquiridas em 2018 da Eletrobras, já apresentam um Ebitda acima das metas regulatórias, com aumento do retorno para a companhia.
“Como resultado da boa alocação de capital e execução eficiente, apenas a Energisa Tocantins e Mato Grosso do Sul estão ligeiramente abaixo da meta total dos conjuntos do limite regulatório do indicador do DEC de 2024”, disse Botelho, se referindo ao indicador que mede a duração das interrupções no fornecimento de energia. Já o FEC, indicador que mede a frequência das interrupções, foi atingido “com ampla margem”.
A energia total distribuída pelas concessionárias da Energisa no trimestre cresceu 1,2%, considerando apenas o mercado cativo, a 7.491 GWh. Já os clientes livres, pelos quais a Energisa recebe pelo uso da rede, tiveram aumento de 20,7%, a 2.818 GWh. Assim, o mercado total das distribuidoras da companhia cresceu 5,9%, a 10.309 GWh.
Transmissão e gás
Em transmissão de energia, a Energisa continua com a estratégia de prudência na alocação de capital. A companhia venceu um lote no leilão de transmissão de março deste ano, que vai agregar R$ 112 milhões em receita anual permitida (RAP) ao grupo, mas não participou do leilão de setembro, por considerar que as oportunidades não agregariam retorno adequado ao seu portfólio.
“A transmissão apresenta desafios devido à majoração das taxas de juros, dos deságios grandes nos leilões para ativos novos. Então, vamos analisar oportunidades de forma bem oportunística em leilões e eventuais M&As de ativos operacionais, sempre com disciplina financeira”, disse Botelho.
A companhia segue apostando ainda nos investimentos em distribuição de gás natural, depois de concluir a aquisição do controle da Norgás, onde está em análise inicial do ativo. “Já temos um plano de iniciativas traçadas pelos primeiros meses como sócio responsável pela expansão das distribuidoras, temos certeza que será uma jornada de muito sucesso e pretendemos aportar nossa experiência na operação desses ativos e no fomento da demanda”, disse Botelho.