A Energisa Rondônia prevê reduzir em 2,39 pontos percentuais as perdas totais de energia em 2021, a partir de medidas de combate ao furto e fraude de energia. Essa redução equivale a um volume da ordem de 110 gigawatts-hora (GWh), montante considerado relevante principalmente em um período de crise energética.
“O combate ao furto também é um compromisso com a economia. Quem furta energia, só deixa de consumir energia por razões técnicas”, disse Alecio Almeida, gerente de combate a perdas da Energisa Rondônia. Ele explica que quem utiliza energia de forma irregular não se vê obrigado a reduzir o consumo para diminuir sua conta de luz. “Neste momento pelo que estamos passando, é muito importante combatermos o combate as perdas”.
Apenas no primeiro semestre do ano, a Energisa Rondônia reduziu em 53 GWh o furto de energia na sua área de concessão. O volume é quase igual ao total reduzido no ano passado inteiro, de 65 GWh.
Em junho, as perdas totais da Energisa Rondônia estavam em 24,98%, com queda de 2,6 pontos percentuais em relação a igual período de 2020 (27,58%). A meta regulatória estipulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de 22,5%. A expectativa da companhia é se adequar a meta regulatória em 2022.
A estratégia de combate ao furto faz parte do plano de transformação da Energisa Rondônia, no qual já foram investidos R$ 1,7 bilhão na recuperação da distribuidora desde outubro de 2018, quando o controle da empresa foi assumido pelo grupo Energisa, que venceu o leilão de privatização da Ceron, em agosto daquele ano.
De janeiro de 2019 a junho de 2021, a Energisa reduziu 3,56 pontos percentuais as perdas não-técnicas em Rondônia. No mesmo período, a empresa regularizou mais de 40 mil ligações irregulares no estado.
Inteligência
Um dos investimentos da Energisa Rondônia para combater o furto de energia é em inteligência. Por meio de um centro de inteligência no combate às perdas (Cicop), a companhia integra dados de diferentes áreas da distribuidora e obtém indicações dos potenciais locais de ocorrência das fraudes no consumo. A estratégia aumenta a assertividade no mapeamento dos fraudadores, atualmente em 38%.
A partir do Cicop, a empresa faz um cruzamento de dados para identificar onde está ocorrendo algum tipo de anormalidade no consumo de energia. Em seguida, é gerada uma lista de inspeção para orientar as equipes de campo.
“Essa inteligência é o armamento principal que nós temos”, afirmou Almeida. Segundo ele, a estratégia também traz ganho de produtividade para a distribuidora no combate às perdas.
Arrecadação
O problema das perdas não-técnicas não é apenas da distribuidora. Segundo Almeida, o estado de Rondônia deixa de arrecadar R$ 90 milhões em ICMS por ano por causa do furto de energia. “O furto de energia é um problema econômico”, completou ele
