(Com Natália Bezutti e Jade Stoppa Pires)
O governo estuda alternativas para resolver o descasamento de caixa das distribuidoras, provocado pelo custo elevado de geração termelétrica para garantia de abastecimento do sistema durante a crise hídrica e os recursos arrecadados pelas empresas por meio das bandeiras tarifárias.
De acordo com cálculos da MegaWhat Consultoria, o déficit projetado para a Conta Bandeiras ao fim deste ano é estimado em R$ 7,97 bilhões. Até o momento, não há uma definição do governo sobre a medida que será tomada sobre o assunto. As distribuidoras, porém, aguardam uma solução rápida para o problema.
A Associação Brasileira dos Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) informou à MegaWhat que está no aguardo das análises e proposições que estão sendo realizadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Na última semana, a secretária-executiva do MME, Marisete Pereira, reconheceu a previsão de um déficit da conta bandeiras no fim deste ano e que vem tratando do assunto com as empresas. “Estamos há quase 30 dias fazendo conversas com as distribuidoras, com a participação da Aneel de forma que tenhamos um diagnóstico claro desse descasamento. Pelo que sabemos, que as distribuidoras nos trouxeram, é que bandeira escassez hídrica não será suficiente para cobertura de todos os recursos por segurança energética”, disse Mariseste, durante entrevista coletiva após participar do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase).
Em situação semelhante ocorrida em 2014, devido a uma severa crise hídrica e ainda sem o funcionamento do mecanismo de bandeiras tarifárias, a solução dada foi a realização de um empréstimo de R$ 21 bilhões pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) junto a um grupo de bancos. Os recursos foram repassados às distribuidoras para a cobertura das despesas com a geração termelétrica. O pagamento do empréstimo foi feito em parcelas por meio da Conta-ACR, cobrada dos consumidores por meio das tarifas de energia.