Distribuição

GSF e PLD alto devem continuar pressionando setor em 2022, prevê Fitch

GSF e PLD alto devem continuar pressionando setor em 2022, prevê Fitch

O nível de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas deve melhorar em 2022 na comparação com este ano, mas o GSF deve se manter acima dos níveis históricos, assim como os preços de energia de curto prazo, avalia a agência de classificação de riscos Fitch Ratings, em relatório enviado a clientes com as perspectivas para o próximo ano.

A agência trabalha com um GSF médio de 0,8, ou de 20%, em 2022, quando o PLD médio deve ser de R$ 190/MWh.

Segundo a Fitch, empresas de geração hídrica, como a Cesp e a AES Tietê, devem continuar prejudicadas pelo GSF, “embora tendam a ter sucesso na administração deste risco”. Geradoras termelétricas, como a Eneva, devem continuar se beneficiando da receita proveniente do maior volume de geração.

As distribuidoras, por sua vez, continuarão lidando com o custo de compra de energia acima do incorporado nas tarifas, mesmo considerando as bandeiras tarifárias. Entre as empresas mais expostas ao setor, a agência destaca Celesc, Enel, Energisa, Equatorial e Light.

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“O desafio para estas empresas será lidar com a necessidade de capital de giro, já que a recuperação da diferença entre os valores pagos e recebidos para a compra de energia ocorre ao longo de 12 meses após os reajustes tarifários anuais. O destacado porte e a força dos principais grupos com atuação em distribuição serão importantes neste gerenciamento do caixa”, diz a Fitch, no relatório.

Um novo aporte de cerca de R$ 15 bilhões no caixa das distribuidoras, em negociação pelo governo, instituições financeiras e agentes do setor, deve ajudar a compensar os descasamentos de caixa vistos em 2021 e não cobertos pelas bandeiras tarifárias, ressaltou a Fitch. Segundo a agência, essa medida vai diluir os impactos tarifários inicialmente previstos para 2022, o que vai beneficiar o controle de perdas e índices de inadimplência.

A agência também destaca que a privatização da Eletrobras, prevista para ser concluída no primeiro semestre do ano que vem, deve ser um ponto de atenção, assim como seus impactos no setor de energia.

Em relação à demanda, a Fitch prevê uma redução do crescimento em 2022, quando o PIB deve avançar 2,2%. Em 2021, a agência estima que o PIB e o consumo de eletricidade tenham alta de 5%.

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