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Light intensifica cortes, mas onda de calor eleva perdas não técnicas

A Light Sesa intensificou as ações de corte por inadimplemento no primeiro trimestre de 2024, ressaltando a proteção de seu caixa. Mesmo assim, observou um aumento de perdas, principalmente pelo aumento da temperatura, bem como aumento de perdas em áreas com dificuldade de acesso. Em janeiro, uma forte onda de calor com duração de seis dias provocou sensação térmica de até 60ºC, gerando temporais e vendavais no início do ano. Segundo a empresa, estes eventos, somados aos reflexos dos desafios enfrentados pela contingência na Ilha do Governador e de Paquetá, impactaram os indicadores de qualidade no trimestre

Light intensifica cortes, mas onda de calor eleva perdas não técnicas

A Light Sesa intensificou as ações de corte por inadimplemento no primeiro trimestre de 2024, ressaltando a proteção de seu caixa. Mesmo assim, observou um aumento de perdas, principalmente pelo aumento da temperatura, bem como aumento de perdas em áreas com dificuldade de acesso.

Em janeiro, uma forte onda de calor com duração de seis dias provocou sensação térmica de até 60ºC, gerando temporais e vendavais no início do ano. Segundo a empresa, estes eventos, somados aos reflexos dos desafios enfrentados pela contingência na Ilha do Governador e de Paquetá, impactaram os indicadores de qualidade no trimestre.

“Deslocamos com rapidez nossa equipe para reparo nas áreas mais impactadas e construímos uma solução emergencial de linha de abastecimento extra e além da instalação de geradores. Durante esse ano e o próximo ano, modernizaremos todo o sistema de abastecimento da Ilha do Governador”, disse Alexandre Ferreira Nogueira, CEO da Light S.A, sobre a falha crítica na rede elétrica subterrânea que liga o continente às ilhas do Governador e Paquetá e que causou interrupção no fornecimento de energia na região, afetando cerca de 78 mil clientes.

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Como resultado, nos últimos 12 meses encerrados em março de 2024, as perdas totais ex-REN avançaram 1.417 GWh quando comparado ao mesmo período do ano anterior, acompanhando o aumento de 2.226 GWh na carga fio no mesmo período. O indicador de perdas totais ex-REN sobre a carga fio atingiu 29,2% nos 12 meses encerrados, com avanço de 2,2 p.p. na comparação anual.

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A diferença entre a perda real e a perda regulatória dos últimos 12 meses representou um impacto negativo de R$1,19 bilhão no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da distribuidora.

No 1T24, os investimentos realizados pela distribuidora totalizaram R$ 168,5 milhões, representando queda de 17% quando comparado ao ano anterior. A redução no montante investido é resultado da adoção, em 2023, da estratégia de priorização de investimentos de maior resultado financeiro no curto prazo afetando, principalmente, a linha do Plano de Perdas.

Os investimentos emergenciais direcionados ao reestabelecimento na Ilha do Governador, totalizaram R$ 14,4 milhões no trimestre. Adicionalmente, o plano de melhorias para a região prevê a atualização da rede de transmissão de energia de alta tensão subterrânea e a construção de novas linhas com objetivo de reforçar a rede de abastecimento principal e contar com redundância para eventuais contingências. O plano prevê investimentos da ordem R$ 100 milhões e tem previsão de conclusão para o final de 2025.

“Tivemos êxito nessas soluções, mas afetaram os índices de qualidade da companha no acumulado de 12 meses. Tanto que em fevereiro e março a empresa voltou ao patamar histórico de perdas não técnicas. (…) seguimos com a intensa negociação com credores para que a empresa saia do processo de recuperação judicial para realizar os investimentos necessários para a qualidade do fornecimento”, completou Alexandre Nogueira.

‘Sinal claro` de apoio de acionistas e aprovação do plano de recuperação pelos credores 

A Light está confiante na aprovação no seu plano de recuperação judicial após o acordo com grupo relevante de credores, nacionais e internacionais, com as condições comerciais para readequação da dívida.

No plano, que já foi protocolado na Justiça, a companhia prevê diversas medidas, incluindo um aporte de recursos, via aumento de capital de no máximo R$ 3,7 bilhões, com o compromisso formal do acionista âncora e a capitalização de determinados créditos, via a formalização de instrumentos de dívida conversíveis e não conversíveis.

O próximo passo será obter a aprovação do plano na assembleia geral de credores marcada para 29 de maio. O aumento de capital por meio da emissão de novas ações será de até R$ 1,5 bilhão, sendo que os acionistas de referência da companhia já se comprometeram com R$ 1 bilhão destes recursos.

“Esse aporte é um sinal claro de apoio à gestão da companhia, um sentimento compartilhado com o grupo de credores que assinaram acordo para reestruturação da sua dívida. A Light está confiante na aprovação do plano de recuperação judicial em assembleia marcada para 29 de maio, bem como na continuidade da concessão”, disse o CEO da Light S.A.

Resultados consolidados do grupo 

A Light reportou prejuízo consolidado de R$ 304,3 milhões no primeiro trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 107,1 milhões apurados no mesmo período de 2023. O Ebitda consolidado somou R$ 294,4 milhões, queda de 45,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto a receita líquida ajustada foi de R$ 3,4 bilhões, queda de 5,8%.