Depois de uma provisão extraordinária de R$ 525 milhões no quarto trimestre do ano por conta de contas a receber dos clientes, a Light espera registrar valores recorrentes inferiores em provisões para devedores duvidosos nos próximos trimestres, disse Ana Marta Horta Veloso, presidente da companhia, em teleconferência sobre o balanço de 2019.
A Light teve prejuízo líquido de R$ 366 milhões no quarto trimestre do ano passado, ante lucro de R$ 92 milhões obtido no mesmo período de 2018. Além da provisão extraordinária de R$ 525 milhões, o prejuízo também refletiu uma provisão de R$ 21 milhões refente ao Plano de Demissões Voluntárias de 2019.
Sem esses efeitos não recorrentes, o resultado ainda seria de prejuízo, desta vez de R$ 48 milhões, devido, principalmente, à piora do resultado financeiro por conta da marcação a mercado das dívidas em moeda estrangeira.
A receita líquida cresceu 14,9%, para R$ 3,1 bilhões. O Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) veio negativo em R$ 82 milhões, ante o resultado positivo de R$ 430 milhões dos últimos três meses de 2018. O Ebitda recorrente, porém, cresceu 7,9%, para R$ 464 milhões.
Os custos com pessoal, materiais, serviços e outros (PMSO) caiu 5,2% no período, para R$ 236 milhões, resultando de diversas medidas de gestão adotadas pela companhia, como a maior produtividade das equipes primarizadas.
Operacional
Apesar da redução das despesas operacionais, as perdas totais registradas pela Light cresceram 2,09 pontos percentuais no período, para 26,04%, ainda acima da meta regulatória de 19,62%.
Os indicadores de qualidade, contudo, tiveram melhora no período. O DEC, que mede a duração das interrupções de fornecimento de energia, caiu de 8,4 horas em setembro para 7,77 horas em dezembro, abaixo da meta regulatória de 8,23 horas.
O FEC, que mede a frequência das interrupções, caiu de 4,36 vezes em setembro para 4,31 vezes em dezembro, dentro da meta de 5,72 vezes.