Distribuição

Melhoria na rede elétrica viabiliza desligamento de 13 térmicas a diesel em Rondônia

De Porto Velho* O inverno está chegando. No Norte do Brasil, isso significa que está por vir o início da temporada de chuvas (o “inverno amazônico”), entre os meses de novembro e abril, quando as volumosas precipitações aumentam a complexidade de obras de infraestrutura na região. No próximo domingo, 31 de outubro, a Energisa completará três anos em que se depara com essa realidade, desde que assumiu o controle da antiga Ceron, distribuidora de Rondônia privatizada pela Eletrobras. O negócio, fechado na época pelo valor simbólico de R$ 50 mil, envolveu um aporte imediato de pouco mais de R$ 1 bilhão para equacionamento de dívidas e pagamento a fornecedores, além de um ousado programa de investimentos de R$ 1,7 bilhão nos três primeiros anos para a recuperação técnica da concessão. O pacote de obras, que está na reta final, envolveu a construção de 25 subestações e ampliação de outras 15 existentes, além da instalação de 1 mil km de rede de alta tensão (extensão equivalente a quase metade do linhão que liga o complexo do Rio Madeira a São Paulo), e de 16 mil km de linhas de média e baixa tensão (quase duas vezes a extensão de toda a costa brasileira).

Melhoria na rede elétrica viabiliza desligamento de 13 térmicas a diesel em Rondônia

De Porto Velho*

O inverno está chegando. No Norte do Brasil, isso significa que está por vir o início da temporada de chuvas (o “inverno amazônico”), entre os meses de novembro e abril, quando as volumosas precipitações aumentam a complexidade de obras de infraestrutura na região. No próximo domingo, 31 de outubro, a Energisa completará três anos em que se depara com essa realidade, desde que assumiu o controle da antiga Ceron, distribuidora de Rondônia privatizada pela Eletrobras.

O negócio, fechado na época pelo valor simbólico de R$ 50 mil, envolveu um aporte imediato de pouco mais de R$ 1 bilhão para equacionamento de dívidas e pagamento a fornecedores, além de um ousado programa de investimentos de R$ 1,7 bilhão nos três primeiros anos para a recuperação técnica da concessão.

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O pacote de obras, que está na reta final, envolveu a construção de 25 subestações e ampliação de outras 15 existentes, além da instalação de 1 mil km de rede de alta tensão (extensão equivalente a quase metade do linhão que liga o complexo do Rio Madeira a São Paulo), e de 16 mil km de linhas de média e baixa tensão (quase duas vezes a extensão de toda a costa brasileira).

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Além da melhoria da qualidade do serviço – o DEC (índice que mede a duração equivalente de interrupção de energia) recuou de 48 horas, em 2019, para 28 horas, em outubro de 2021 – a ampliação e o reforço da infraestrutura permitirão a desativação de 13 termelétricas a óleo diesel no estado, evitando uma emissão de 295 mil toneladas ano de CO2.

A área de concessão da agora chamada Energisa Distribuição Rondônia inclui uma população de 1,8 milhão de pessoas, em 52 municípios. Ao todo, são cerca de 670 mil consumidores, em uma área de 237,6 mil km², o equivalente a uma densidade demográfica de 2,68 clientes por km². Para efeito de comparação, a Cemig, que atende uma área mais de duas vezes maior, tem uma densidade demográfica de quase 16 clientes por km².

“Rondônia é um estado muito grande e com muitos consumidores espalhados pela área de concessão”, disse André Theobald, diretor-presidente da Energisa Rondônia, na última terça-feira, 26 de outubro.

Segundo o diretor Técnico e Comercial da Energisa Rondônia, Fabrício Medeiros, com os projetos realizados pela companhia nesse primeiro ciclo de investimentos, foram solucionados os gargalos na infraestrutura de energia do estado, tornando acessíveis a instalação e a ampliação de novas indústrias em Rondônia.

Subtransmissão

Um dos principais projetos que fechará este primeiro ciclo de obras da Energisa Rondônia é a construção de uma linha de transmissão, em 69 kV, que ligará a subestação coletora de Porto Velho, que recebe energia das usinas de Santo Antônio e Jirau, à subestação de distribuição Rio Madeira. Na prática, a linha de 26 km, fechará um anel na região metropolitana de Porto Velho, o que reduzirá o risco de interrupção no fornecimento de energia, como o ocorrido no último domingo.

O projeto envolve duas travessias no Rio Madeira, da ordem de 1 mil km de extensão cada. Para isso, serão instaladas nas margens do rio torres com cerca de 100 metros de altura, o equivalente a 1/3 da altura da Torre Eiffel, em Paris. De acordo com a Energisa, estas serão as torres mais altas do grupo no país.

Segundo Filipe Lima, gerente de Linhas de Alta Tensão da Energisa Rondônia, o início do lançamento dos cabos nas torres situadas nas margens do Rio Madeira será feito por drones. O empreendimento todo está previsto para ser energizado em abril de 2022.

Linha de transmissão fará travessia de mais de 1 mil km no Rio Madeira

Luz para Todos

Com relação ao programa de universalização do serviço de energia “Luz para Todos”, a companhia prevê concluir no início de novembro as obras de novas ligações e reforço da rede na comunidade de Nazaré, na região do Baixo Madeira. A comunidade está localizada a uma distância de barco de 182 km de Porto Velho.

O projeto do Luz para Todos no Baixo Madeira teve início no ano passado, com o transporte de 2,65 mil toneladas de materiais por meio de três balsas. O programa na região prevê a instalação de 348 postes e 30 transformadores, para fazer o atendimento total de 500 clientes.

Segundo Alfredo João de Brito, gerente de Construção e Manutenção de Rede da Energisa Rondônia, a logística para o transporte de material na região do Baixo Madeira demandou investimentos da ordem de R$ 800 mil. Já a realização de novas ligações e melhoria da rede contou com investimentos de aproximadamente R$ 3 milhões.

No acumulado dos três primeiros anos, o programa Luz para Todos deve alcançar 9.463 novos clientes ligados em Rondônia. Apenas para 2021, a meta é de 4.363 novas ligações.

Luz para Todos vai atender 500 clientes em áreas isoladas do Baixo Madeira

Perdas

Em outra frente, a companhia tem atuado para combater fraude e furto de energia e reduzir as perdas não técnicas na área de concessão. Neste primeiro ciclo de investimentos, a elétrica destinou cerca de R$ 120 milhões, para regularizar aproximadamente 40 mil unidades clandestinas.

Regularização de ligações clandestinas no bairro Floresta, em Porto Velho

Três anos depois e uma pandemia em andamento, a Energisa está próxima de terminar o primeiro ciclo de investimentos em Rondônia. A companhia ainda está definindo o novo plano de investimentos para a área de concessão, a partir de 2022. “Não viemos para cá com visão de curto prazo”, completou Theobald.

*O repórter viajou a convite da Energisa Rondônia.

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