Distribuição

Multa de R$ 166 mi à Enel SP é mantida por tempo excessivo e equipe inferior à necessária

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a penalidade de multa de R$ 166 milhões à Enel São Paulo devido ao apagão de novembro de 2023, que durou quase uma semana, após verificar que houve falhas pela distribuidora no restabelecimento da energia no episódio. A decisão da diretoria sobre o recurso apresentado pela empresa nesta terça-feira, 9 de abril, considerou que 40% das unidades consumidoras ainda estavam sem energia 24 horas depois da ocorrência e que uma grande quantidade de interrupções ultrapassou 48 horas de duração, com casos que duraram mais de 144 horas, ou seis dias.

Edifício da Enel Distribuição, em São Paulo
Edifício da Enel Distribuição, em São Paulo | Enel

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a penalidade de multa de R$ 166 milhões à Enel São Paulo devido ao apagão de novembro de 2023, que durou quase uma semana, após verificar que houve falhas pela distribuidora no restabelecimento da energia no episódio.

A decisão da diretoria sobre o recurso apresentado pela empresa nesta terça-feira, 9 de abril, considerou que 40% das unidades consumidoras ainda estavam sem energia 24 horas depois da ocorrência e que uma grande quantidade de interrupções ultrapassou 48 horas de duração, com casos que duraram mais de 144 horas, ou seis dias.

Sobre o aumento da equipe para restabelecimento das 2,1 milhões de unidades consumidoras, a área técnica identificou que o efetivo foi ampliado quase 72 horas depois do evento climático, não garantindo a prestação adequada do serviço.

Presidindo a reunião desta terça, o diretor Hélvio Guerra reforçou a análise da área técnica para aplicação da penalidade, que não levou em consideração o evento climático em si ou a velocidade dos ventos, mas a capacidade da concessionária de recuperar o fornecimento de energia.

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Não está em discussão nesta penalidade a velocidade dos ventos em São Paulo. Não adianta vir aqui e mostrar árvore caída, porque isso não está em discussão e todos viram na televisão. A questão aqui é o tempo e como foi recuperada a rede, além do atendimento aos consumidores que não foram poucos”, disse Guerra.

O diretor ainda reforçou que a Enel, que assumiu a concessão de distribuição de São Paulo em 2018, estava ciente das condições da rede e das condições que enfrentaria, não cabendo como argumento para a demora do restabelecimento de energia.

Multa desproporcional

A multa aplicada, segundo a empresa, viola os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, por ser a maior penalidade já aplicada pela Aneel, muito superior à média das multas já aplicadas.

A Enel comparou ainda a multa com a aplicada pela Aneel contra a LMTE, dona da linha de transmissão que deixou o Amapá no escuro por mais de duas semanas em novembro de 2020. Segundo a empresa italiana, a penalidade aplicada desta vez é 55 vezes superior à aplicada naquele caso, “o que demonstra, desde logo, a desproporcionalidade da penalidade”.

Histórico de atendimento

Olhando para o histórico da empresa, o tempo médio de preparação das equipes e de atendimento da distribuidora apresentaram aumento nos últimos três anos. No caso da preparação da equipe, o tempo médio da Enel SP foi de aproximadamente 95% superior à média das demais concessionárias do estado de São Paulo.

Entre 2022 e 2023, o percentual de interrupções atendidas em menos de seis horas diminuiu, enquanto cresceu o percentual de interrupções com atendimento superior a 24 horas.