As distribuidoras de energia não estarão impedidas de pedir revisão tarifária extraordinária para reequilíbrio das metas previstas em seus processos vigentes, conforme o entendimento do presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho em resposta à analista em call de resultado na companhia, realizado na tarde desta sexta-feira, 15.
Segundo Botelho, ainda é necessário esperar a contabilização da extensão do impacto da pandemia do Covid-19 no caixa das distribuidoras, bem como das regras e critérios específicos que serão estabelecidos pelo regulador – Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Sobre a alocação dos custos em função da queda do consumo de energia das 11 distribuidoras, o presidente da Energisa ressaltou que “à princípio todos os custos da Conta-Covid são do consumidor, e depois será apurado se você (distribuidora) tomou uma parcela superior”.
No primeiro trimestre de 2020, as distribuidoras apresentaram taxa de inadimplência consolidada de 1,09%, saltando para 7,3% apenas no mês de abril. No mesmo mês, a carga na área de concessão de suas distribuidoras apresentou queda de 6,3%, frente à redução de 13,3% no Brasil.
Segundo relatório de resultados da empresa, os principais causadores da inadimplência hospitais, prefeituras, empresas de água e saneamento básico. Nas unidades consumidoras ligadas em baixa tensão (Grupo B), os impactos mais significativos estão nas classes residencial e comercial.
Resultados
O Grupo Energisa registrou lucro líquido consolidado de R$ 581,7 milhões no primeiro trimestre de 2020, representando um acréscimo de 351,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda no período foi de R$ 929 milhões, um aumento de 2,7% em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Os investimentos da companhia nos três primeiros meses de 2020 somaram R$ 713,9 milhões também um crescimento de 30,9% em relação ao período de janeiro a março do ano anterior.
O consumo total de energia nas áreas de concessão somou 9.253,2 GWh, o que representa aumento de 2,5% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. O aumento do consumo foi dado principalmente entre as classes de consumo residencial, com crescimento de 4,9% (165 GWh). Com exceção do segmento industrial, que teve queda de -1,3% (23,8 GWh), as demais classes de consumo também apresentam aumento frente ao mesmo período de 2019.
As atividades do grupo também incluem a comercialização e a prestação de serviços relacionados à energia elétrica, bem como ativos em transmissão de energia em operação e em construção.
Nas obras de transmissão em andamento, Ricardo Botelho declarou que ocorreram interrupções pontuais em obras, mas que a empresa está confiante de que isso não irá impactar nos prazos dos contratos.