Distribuição

Permissionárias supridas pela Celesc tem tarifas até 40% maior que a distribuidora

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Diretoria da Aneel se compromete a buscar solução para reajustes afetados por valor de contrato de suprimento

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deliberou nesta terça-feira, 27/08, o reajuste tarifário de quatro permissionárias de distribuição de energia elétrica em Santa Catarina: Empresa Força e Luz João Cesa (EFLJC), Empresa Força e Luz Urussanga (Eflul), IguaçuEnergia e a Cooperaliança. As duas primeiras, que possuem seu suprimento de energia realizado pela Celesc, possuem tarifas até 40% maiores que a supridora (R$ 469,78 / MWh).

No caso da Empresa Força e Luz João Cesa (EFLJC), a menor concessão de distribuição do país, com 3,7 mil unidades consumidoras no município de Siderópolis (SC), o efeito médio será negativo, de 1,61%. Para os consumidores de alta tensão, no entanto, as tarifas terão aumento médio de 4,49%, e para baixa tensão, a previsão de redução é de 2,86%.

Apesar da redução, a empresa será a nona colocada no ranking da Aneel, como tarifa mais cara de energia. Com os novos índices, a tarifa da João Cesa será de R$ 639,05 /MWh para baixa tensão residencial. Tiveram impacto no reajuste o aumento de 3,6% dos componentes financeiros, e a redução de 2,89% dos encargos setoriais e de 3,35% dos custos com aquisição de energia.  

Por ter o seu suprimento pela Celesc, a João Cesa não tem efeito da sistemática de bandeiras a composição tarifária. No entanto, o risco hidrológico e as variações do mercado de curto prazo são refletidos diretamente nas contas.

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O mesmo impacto é percebido pela Empresa Força e Luz Urussanga (Eflul), que com o novo reajuste tarifário, passará da segunda tarifa mais cara do país, para a oitava posição, com o valor de R$ 648,12 / MWh. A Aneel aprovou o reajuste tarifário médio de 0,89%, sendo 5,59% para a alta tensão, e de -2,8% para a baixa tensão, englobando as sete mil unidades consumidoras da cidade de Urussanga.

Para as empresas João Cesa e Eflul é importante destacar as parcelas de consumidores livres que compõem o mercado, respectivamente, de 24,9% e 32%. Os consumidores livres integram a alta tensão, que por sua vez, não são impactados pela redução encargos setoriais, por exemplo, com a quitação antecipada da Conta-ACR e os custos com aquisição de energia.

No caso da Eflul, os efeitos com encargos setoriais foram negativos, em 2,88%, bem como no custo da aquisição de energia, de 2,65%. Os componentes financeiros apresentaram aumento de 4,14%.  

Já a Iguaçu Energia, que não tem o seu suprimento de energia pela Celesc, mas possui contrato de uso do sistema de distribuição com a concessionária, possui a nona tarifa mais barata do ranking (ou 45ª mais cara) da Aneel. A empresa atende seis municípios de Santa Catarina, representando 36,4 mil unidades consumidoras.

O reajuste para a Iguaçu Energia prevê uma redução média de 2,34% nas tarifas de energia, sendo de 5,48% para os clientes na alta tensão, e de 0,77% para baixa tensão. A redução em todas as classes de consumo foi provocada, principalmente, pela redução de 3,66% nos encargos setoriais, e pelo aumento de 5,59% nos componentes financeiros, e de 0,74% nos custos com aquisição de energia.  Com isso, a tarifa residencial baixa tensão da IEnergia passará a ser de R$ 110,62 / MWh.

Na outra ponta do ranking, com a tarifa mais barata do Brasil, a Cooperaliança terá o maior reajuste das distribuidoras de energia. O efeito médio para os consumidores, será de 10%, sendo de 10,17% para a alta tensão, e de 9,89 % para os atendidos em baixa tensão.

A empresa atende dois municípios de Santa Catarina, que correspondem a 38,4 mil unidades consumidoras. Tiveram impacto no reajuste da Cooperaliança: os encargos setoriais, com redução de 3,77%; a redução de 1,53% com no custo com compra de energia, e um aumento de 10,36% nos componentes financeiros.

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