Distribuição

Proposta da Neoenergia pela CEB levanta dúvidas sobre alocação de capital, diz Credit Suisse

Proposta da Neoenergia pela CEB levanta dúvidas sobre alocação de capital, diz Credit Suisse

A aquisição da CEB pela Neoenergia, em leilão realizado na última sexta-feira, 4 de dezembro, levantou dúvidas no mercado em relação à estratégia de crescimento e alocação da companhia. Em relatório assinado pelos analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano, o Credit Suisse aponta que mesmo em um cenário de recuperação acelerada da distribuidora de Brasília, a taxa interna de retorno é consideravelmente baixa, sem criação de valor aos acionistas.

A Neoenergia pagou R$ 2,515 bilhões pela distribuidora, prêmio de 76,6% em relação ao preço mínimo, de R$ 1,4 bilhão. Segundo os analistas do Credit Suisse, a criação potencial de valor na CEB está relacionada ao crescimento da base de ativos regulatórios, ganhos de eficiência, cortes em custos e perdas, sendo que a velocidade dessas melhorias pode afetar a taxa de retorno.

No cenário mais otimista, que prevê uma queda de 50% nos custos e aumento da RAB em 2,5 vezes, a taxa interna de retorno é de 7%. “Portanto, o retorno real deve ser ainda melhor, e implicar em quase nenhuma criação de valor”, escreveram os analistas, que destacaram, contudo, que a Neoenergia ainda vai fazer uma teleconferência para explicar aos analistas a estratégia por trás do lance.

Na sexta-feira, depois do leilão, as ações da Neoenergia caíram 6,21%, a R$ 17,66, uma perda de cerca R$ 1,4 bilhão em valor de mercado. Para os analistas do Credit Suisse, a queda parece “exagerada” mesmo num cenário conservador, e pode ser explicada por uma maior percepção de risco dos investidores em relação à alocação futura de capital da companhia.

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