As conversas para renovação da concessão da EDP Espírito Santo, primeira distribuidora a passar pelo processo nos próximos anos, estão avançadas com o governo, afirmou o presidente da EDP Brasil, João Marques da Cruz, durante teleconferência com analistas e investidores para comentar os resultados do primeiro trimestre deste ano.
Segundo o executivo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já deixou claro que não quer “qualquer onerosidade” para a renovação da concessão.
O presidente da EDP Brasil contou que foi quatro vezes a Brasília em abril, e que as conversas tem sido “intensas”. “Temos uma visão compartilhada com a visão do ministério”, disse.
Um componente da conversa, sobre o qual a EDP está de acordo, é sobre um “maior engajamento social” das distribuidoras. “Não se trata de contrapartida, trata-se de responsabilidade do setor diante dos seus clientes. O Brasil necessita de aumento da pauta social, de maior relevância para a pauta social”, disse.
O executivo destacou que “não há dinheiro na mesa”, pois não haverá cobrança de outorga para a renovação. “A distribuição é um sistema sofisticado em que as eficiências por um determinado período de tempo são incorporadas para benefício do consumidor”, disse.
Ontem, depois de participar de audiência na Câmara, o ministro Alexandre Silveira falou sobre as “contrapartidas sociais” que serão envolvidas na prorrogação das concessões das distribuidoras, mas não deu detalhes. Segundo ele, a proposta está sendo debatida com as empresas antes de ser colocada em consulta pública, o que deve acontecer dentro de até três semanas.
Durante a teleconferência de hoje, Cruz falou ainda sobre as indagações do mercado a respeito da oferta pública de ações (OPA) lançada pela Energias de Portugal para comprar as ações da EDP Brasil em negociação no mercado. Segundo ele, essas questões devem ser endereçadas à empresa portuguesa, responsável pela operação, mas nada muda quanto ao compromisso da companhia no Brasil.
“A empresa vai manter sua solidez, seu foco, continuar a entregar e acreditar no Brasil”, disse. “O processo de renovação das concessões será feito em consenso, sem onerosidade, com responsabilidade social”, completou.