
O Banco Mundial e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) firmaram uma parceria para apoiar a implementação de pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês) e a extensão da vida útil de usinas nucleares já em operação.
O acordo marca o retorno do envolvimento do Banco Mundial com a energia nuclear após décadas de afastamento, e ocorre diante da expectativa de que a demanda por eletricidade nos países em desenvolvimento dobre até 2035.
De acordo com a AIEA, o foco da colaboração é estender o funcionamento de reatores com cerca de 40 anos de operação e acelerar a adoção dos SMRs, que se destacam por sua capacidade de implantação rápida e menores custos iniciais.
Além da implementação tecnológica, a parceria também prevê o fortalecimento da compreensão do Banco Mundial sobre aspectos críticos da energia nuclear, como segurança operacional, planejamento energético, ciclo de combustível, gestão de resíduos radioativos e novas tecnologias em desenvolvimento.
“À medida que a demanda energética cresce, impulsionada tanto pela inteligência artificial quanto pelo desenvolvimento econômico, é essencial garantir acesso à energia confiável e acessível. É por isso que estamos readotando a energia nuclear como parte do portfólio que o Banco Mundial para oferecer aos países em desenvolvimento. Ela fornece energia de base, essencial para a construção de economias modernas”, afirmou Ajay Banga, presidente do Banco Mundial.
Para Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA, o acordo representa um marco que pode incentivar outros bancos multilaterais de desenvolvimento e investidores privados a considerar a energia nuclear como uma ferramenta viável para garantir a segurança energética global.
Atualmente, 31 países operam usinas nucleares que juntas respondem por cerca de 9% da eletricidade mundial. Outros 30 países, em sua maioria em desenvolvimento, estão em fase de consideração, planejamento ou início de implementação de energia nuclear em seus sistemas energéticos.