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Para não perder a janela de oportunidades da transição energética, o Brasil precisará enfrentar a concorrência global, segundo Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“O Brasil tem essa janela de oportunidade e ela não ficará aberta para sempre. […] O nosso desafio hoje é o custo de capital e os programas de outros países como Inflation Reduction Act (IRA) e o Europeu Green Deal. O Brasil tem que aproveitar todas as vantagens comparativas, que nenhum outro país tem, e fazer uma reindustrialização verde”, destacou a diretora em evento promovido pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 19 de fevereiro.
Na opinião de Luciana Costa, as vantagens comparativas incluem o custo baixo de geração renovável, a interligação do sistema e a produção do biometano, por exemplo, para transformar em valor agregado e conseguir “enfrentar” a concorrência global. Outro desafio no ponto de vista da executiva é o custo de capital para escalonar novas tecnologias.
“Com um ambiente macroeconômico mais estável, a gente tende a ver uma queda na taxa de juros, mas, o que vamos fazer, por exemplo, para escalar o hidrogênio verde? Para fazer isso vamos precisar de incentivos”, ressaltou.
Os chineses
Do ponto de vista do mercado internacional, Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD do Brasil, destacou que o país precisa olhar para matrizes industriais para obter escala global.
“Nós, no Brasil, não temos uma indústria automotiva brasileira, temos parques industriais de investidores estrangeiros que acreditaram e investiram no Brasil”, disse Baldy.
O executivo aproveitou para acrescentar que a regulação é um tema fundamental para qualquer investidor estrangeiro aplicar capital no Brasil, visto que, por ter várias instâncias de decisões – estadual, federal e agência reguladoras -, acaba confundindo as empresas.
“É difícil explicar para os investidores todos esses agentes distintos, especialmente para os chineses, que tem uma prática objetiva e pragmática em decisões. Uma unificação de políticas públicas se faz necessária”, salientou.