O Senado Federal aprovou, por 42 votos a favor e 37 contra, a Medida Provisória (MP) 1.031, que trata da privatização da Eletrobras. Trata-se de uma grande vitória do governo Jair Bolsonaro, que afirma que, com a MP, a Eletrobras poderá voltar a fazer investimentos relevantes no setor de energia elétrica brasileiro. Além disso, o governo afirma que a MP vai resultar em redução na tarifa, o que é contestado por especialistas ligados à indústria e aos consumidores de energia.
Como foram introduzidas alterações em relação à MP enviada pela Câmara, o texto vai retornar à casa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) já convocou sessão na próxima segunda-feira, 21 de junho, já que a MP precisa ser aprovada até o dia 22 de junho para não caducar.
A oposição, em grande parte contrária à privatização, questionou também as emendas incluídas no texto enviado originalmente pelo governo, por serem matéria estranha ao intuito inicial da MP – os chamados jabutis. Mesmo sem consenso, o governo conseguiu obter os votos necessários.
“É uma colcha de retalhos”, criticou o senador Jean Paul Prates (PT-RN). “Trata-se de um ‘frankstein'”, disse o senador Cid Gomes (PDT-CE). Antes de votar contra o mérito, os partidos da oposição também votaram contra os pressupostos constitucionais da MP, que deve ser judicializada.
Com o mérito aprovado, o debate continuou no Senado, desta vez sobre os destaques que foram mantidos pelo PSDB e pelo PT. Ambos foram rejeitados.
Foi aprovada a terceira versão do parecer do senador Marcos Rogério (DEM-RO), que manteve os pontos polêmicos criticados pelo setor elétrico, com a inclusão da obrigação de contratação de mais 2 GW em termelétricas, desta vez no Sudeste, totalizando 8 GW. A contratação dessas termelétricas será feita por meio de leilão de reserva de capacidade, e as usinas devem ter inflexibilidade mínima de 70%.
(Atualizado às 18h38 em 17/06/2021)