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Dificuldades com fornecedores atrasam pico da produção da Petrobras

Com dificuldades para contratar fornecedores, estatal movimenta pico de produção em um ano

Edifício Edisen, sede da Petrobras no Rio de Janeiro
Edifício Edisen, sede da Petrobras no Rio de Janeiro | Petrobras

Em seu Plano de Negócios 2025-2029, divulgado na última semana, a Petrobras alterou a data esperada para seu pico de produção, que passou de 2028 para 2029. O atraso ocorre porque a estatal tem encontrado dificuldades para a contratação de equipamentos para novos projetos, como Sergipe Águas Profundas (Seap), que ainda não iniciou a produção, e para as novas plataformas do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos

Para Seap, a dificuldade dos fornecedores está relacionada à capacidade de financiamento. “A gente tentou afretar Seap 1 e 2 e não conseguiu”, disse a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da estatal, Renata Baruzzi. No plano de negócios anterior, que traçava a estratégia para período de 2024 a 2028, as plataformas de Seap estavam previstas para entrar em operação em 2028.

Agora, a projeção é que Seap 2 seja construída no modelo BOT (build, operate and transfer, ou “construir, operar e transferir” em inglês). Neste modelo, o fornecedor constrói a plataforma e a opera por um período determinado. Depois, pode transferi-la para o contratante – no caso, a Petrobras. Com a mudança no modelo de contratação, a estatal espera iniciar a operação de Seap 1 em 2030.

Já para Seap 1, a nova estratégia também considera o modelo BOT, caso em que a plataforma deve entrar em operação em 2031, ou a contratação por Purchase and Sales Agreement (PSA), caso em que deve começar a operar em 2032.

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Cada plataforma terá capacidade de produção de 120 mil barris de óleo equivalente por dia e de até 12 milhões de m³ de gás por dia.

O projeto de Sergipe Águas Profundas também inclui um gasoduto, com capacidade de escoar 18 milhões de m³ por dia, que agora aparece com projeção de entrada a partir de 2030. “Não adianta ter o duto se não tem a plataforma. O duto é para escoar o gás da plataforma. Então se não tiver a plataforma, o duto não tem sentido”, disse Baruzzi em coletiva a jornalistas.

Em Búzios, os maiores problemas foram encontrados para equipamentos submarinos do FPSO Búzios 9, que deve ter capacidade de produção de 225 mil barris de óleo equivalente por dia. No plano de negócios anterior, a plataforma estava prevista para iniciar operação em 2028, mas agora passa para 2029.

Apesar do atraso em Búzios 9, a Petrobras tem adiantado outras plataformas. O FPSO Maria Quitéria (Búzios 7), que estava previsto para 2025, entrou em operação em outubro deste ano, e o FPSO Almirante Tamandaré, também previsto para 2025, já está no Brasil e aguarda autorizações para iniciar operação.