Economia e Política

Eletrobras registra pedido de capitalização na CVM; operação envolveria R$ 30,5 bi

A Eletrobras protocolou na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o pedido de registro da oferta pública de ações da empresa, que deve culminar com a privatização da companhia. De acordo com a Eletrobras, a operação será realizada simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos.

Eletrobras registra pedido de capitalização na CVM; operação envolveria R$ 30,5 bi

(Com Camila Maia)

A Eletrobras protocolou na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o pedido de registro da oferta pública de ações da empresa, que deve culminar com a privatização da companhia. De acordo com a Eletrobras, a operação será realizada simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos.

A cotação de fechamento das ações ordinárias de emissão da companhia na B3 e dos ADSs, em 26 de maio de 2022, foi, respectivamente, de R$44,00 por ação ordinária de emissão da companhia e US$9,23 por ADS representadas por ADR, valores estes meramente indicativos do preço por ação, podendo variar para mais ou para menos, conforme a conclusão do procedimento de bookbuilding.

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A operação tem o apoio dos bancos BTG Pactual, Bank of America, Goldmans Sachs, Itaú BBA, XP, Bradesco BBI, Caixa, Citi, Credit Suisse, JP Morgan, Morgan Stanley e Safra, além da assessoria financeira da Laplace Finanças.

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O documento considera a emissão de 627,6 milhões de novas ações pela companhia. A oferta chega a 697 milhões de ações quando considerada uma oferta secundária de 69,8 milhões de ações detidas pelo BNDES atualmente.

Considerando o preço por ação de R$ 44, de fechamento do pregão de ontem, 26 de maio, a operação envolveria R$ 30,5 bilhões, sendo R$ 27,5 bilhões para o caixa da estatal, e outros R$ 3 bilhões da venda das ações do BNDES.

Considerando a colocação da totalidade das ações, inclusive o lote suplementar, a oferta chega a 802 milhões de ações, sendo 732,3 milhões de novos papéis ordinários. Ao preço de R$ 44, a Eletrobras levantaria R$ 32,1 bilhões para seu caixa e o BNDES venderia R$ 3 bilhões em ações.

O preço efetivo das ações será definido apenas após a conclusão do bookbuilding, processo no qual os investidores apresentam suas ofertas. Esse preço, por sua vez, deverá ser superior ao mínimo estabelecido pelo BNDES e aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que não é conhecido pelo mercado.

O cronograma da operação prevê que o bookbuilding será concluído em 9 de junho, com início da negociação das novas ações na B3 no dia 13 de junho.

Segundo o prospecto, o processo de privatização é fundamental para o crescimento e desenvolvimento da Eletrobras no longo prazo, com objetivo de geração de valor para os acionistas e também para a sociedade brasileira como um todo.

A nova Eletrobras terá maior flexibilidade para realizar investimentos em novas tecnologias, como uso de inteligência artificial e blockchain, com maior velocidade e dinamismo para desenvolver novas iniciativas, como armazenamento de energia, oportunidades em comercialização, retomada de investimentos em renováveis, extensão da carteira de transmissão e desenvolvimento de novos produtos, diversificando seu modelo de negócios.

“A companhia terá maior competitividade em leilões e a possibilidade de realização de operações de fusões e aquisições (M&A), que seguirão as práticas usuais da indústria, sem supervisão de outras instituições, garantindo mais velocidade ao processo e ampliando as avenidas de crescimento que a Eletrobras pode perseguir no médio prazo”, diz o prospecto.

Reação do mercado

Os investidores reagiram positivamente à divulgação do prospecto da operação da Eletrobras. Às 10h59m, as ações ordinárias (ELET3) eram negociadas com alta de 0,5%, a R$ 44,22. Já as ações preferenciais (ELET6), eram negociadas a R$ 43,04, com alta de 1,27%.

*Texto atualizado às 11h para inclusão de informações.

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