A volatilidade econômica causada pelas eleições gerais no Brasil no próximo domingo, 2 de outubro, não deve afetar a maior parte das empresas brasileiras, de acordo com a agência de classificação de riscos Fitch Ratings. Segundo relatório da instituição, a maior parte das empresas avaliadas conta com estruturas de capital adequadas, com baixo a moderado endividamento, reservas em caixa e exposição limitada a refinanciamento de dívidas.
O aumento nos riscos de uma recessão global, contudo, podem afetar o mercado doméstico, criando desafios maiores para a economia brasileira, de acordo com a Fitch. Para a agência de riscos, o presidente eleito terá como desafio lidar com questões como baixo crescimento da economia, aumento da inflação e das taxas de juros, maior endividamento das famílias e um cenário fiscal desafiador.
“A melhora no curto prazo nos indicadores de atividade econômica é positiva, mas o cenário para os negócios permanece incerto para 2023”, disse Ricardo Carvalho, diretor-geral da Fitch. Segundo ele, juros e inflação deve ditar a direção da demanda no próximo ano, assim como a lucratividade das empresas.
Como historicamente o país enfrenta volatilidade econômica em anos eleitorais, a maior parte das empresas tem posição de caixa mais robusta para lidar com riscos de curto prazo, aponta o relatório da Fitch. O risco de refinanciamento é administrável para a maior parte das empresas, e menos de 20% delas não tem caixa suficiente para fazer frente à dívida de curto prazo.