A contratação de termelétricas a gás natural em leilões específicos, em um total de 6 mil megawatts (MW) de capacidade, conforme previsto na Medida Provisória 1.031, que abre caminho para a privatização da Eletrobras, pode resultar em uma economia de R$ 8 bilhões ao consumidor de energia, de acordo com cálculo feito pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
A MP foi incluída na pauta de votação do Senado desta quarta-feira, 16 de junho. A expectativa do relator da medida, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), é apresentar seu parecer sobre o texto ainda nesta terça-feira, 15 de junho.
Com relação ao estudo da Abegás, o trabalho considerou as despesas com a contratação das térmicas e uma valoração dos benefícios diretos e indiretos em condições existentes no período de janeiro de 2020 a abril de 2021. Nesse sentido, a despesa anual das térmicas corresponde a cerca de R$ 13 bilhões. O benefício, porém, seria de aproximadamente R$ 21 bilhões, o que resultaria em uma economia líquida de R$ 8 bilhões.
A Abegás explica que esse resultado pode ser alcançado porque a inclusão das térmicas no leilão de reserva de capacidade prevê uma inflexibilidade de 70%, ou seja as usinas irão gerar energia em 70% do tempo. O estudo levou em consideração um cenário com base no histórico de fatores hidrológicos que culminaram com uma seca histórica em reservatórios de usinas hidrelétricas.
O cálculo do benefício considera R$ 9 bilhões oriundo da geração fora da ordem de mérito. Com a operação de térmicas com 70% de inflexibilidade, o despacho fora da ordem de mérito seria reduzido. Com relação ao preço de liquidação das diferenças (PLD), a Abegás projeta um benefício de R$ 4 bilhões, a partir de uma redução do valor do PLD, devido à contratação das térmicas.
O valor mais baixo do PLD também resultaria em um menor impacto da exposição ao risco hidrológico (GSF), o que também geraria um benefício de R$ 4 bilhões, de acordo com a Abegás. A entidade calcula ainda outro benefício da ordem de R4 4 bilhoes em economia de recursos destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o super fundo do setor elétrico, e um ganho de R$ 2 bilhões resultando do aumento da confiabilidade do sistema com a operação de termelétricas.
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