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Acionistas da Serena seguem em tratativas sobre potencial operação

Andrea Sztajn, diretoria Financeira e de Relações com Investidores da Serena
Andrea Sztajn, diretoria Financeira e de Relações com Investidores da Serena

A Serena Energia reiterou que os fundos sob gestão da Tarpon e os fundos Lambda 3 FIA-IE e Alpha Brazil FIP, que somam uma participação de 59,72%, seguem em “tratativas preliminares” a respeito de potencial operação envolvendo a companhia.

O comunicado, divulgado na noite de sexta-feira, 5 de abril, é uma resposta ao questionamento da Bolsa de Valores – B3 sobre as oscilações recentes de suas ações entre os dias 21 de março e 3 de abril, quando os preços por ação variaram de -1,82% até 7,76%.

Segundo Andrea Sztajn, diretora Financeira e de Relações com Investidores da Serena, a operação dos fundos pode envolver, inclusive, eventual conversão de categoria de emissor de valores mobiliários. Além disso, declara que “reiteraram não existir no presente momento qualquer decisão a respeito da consumação da transação”.

Dois meses de conversas

Em fevereiro, a companhia divulgou outro comunicado para justificar queda no preço de suas ações em 2024. Na ocasião, Sztajn pontuou que os fundos estavam mantendo conversas em bases preliminares com alguns desses investidores, “porém, até o momento, não há qualquer decisão, por parte da companhia ou de seus principais acionistas, sobre a realização de qualquer operação”.

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No mesmo mês, o portal Insight, da Exame, publicou matéria afirmando que GIC estaria analisando, preliminarmente, um aumento de capital na Serena junto com a General Atlantic, dona da Actis. Outras gestoras de infraestrutura também estariam interessadas na companhia.

A reportagem tratou da queda das ações da empresa em 2024, com posterior elevação de cerca de 40% neste ano, e que teria sido o principal motivador das conversas.De acordo com a matéria, a General Atlantic gostaria que a operação resultasse em um potencial fechamento de capital da empresa, entretanto o fundador da empresa, Antonio Bastos Filho, e a Tarpon (detentora de 20,42% do capital) não querem a deslistagem da empresa.

Segundo relatório enviado a clientes pelo Itaú BBA, ao longo de 2024, a ação da Serena estava “subvalorizada devido a dificuldades na reciclagem de capital nos Estados Unidos e ao cenário macroeconômico. Entretanto, a empresa manteve boas perspectivas de desalavancagem financeira”.

Possíveis etapas do aumento

Em 2022, a Actis adquiriu participação na Serena Energia a um preço médio de R$ 14 por ação. Dois anos depois, a Actis foi comprada pela a General Atlantic. Atualmente, a Serena é a única empresa das 13 investidas de energia que a Actis possui listada.

Para um possível aumento de capital, a General teria que passar por uma cláusula de proteção contra aquisições hostis (Poison Pill) do estatuto da Serena, que prevê que qualquer oferta de aquisição siga um dos três critérios: 125% do valor estimado por um laudo independente, o maior preço pago pelo comprador nos últimos 12 meses; e 125% do maior preço das ações nos últimos 12 meses. Caso a oferta seja inferior ao valor estabelecido, a proposta deve ser aprovada em assembleia-geral.