Empresas

Auren trabalha para incluir hidrelétricas no leilão de reserva, diz Zanfelice

Na expectativa da abertura de uma consulta pública para discutir as diretrizes do leilão de reserva de capacidade previsto para este ano, a Auren Energia está trabalhando para que as hidrelétricas também sejam consideradas no certame. O atraso no início da discussão do edital, contudo, deve levar a disputa para o segundo semestre do ano. Segundo Fábio Zanfelice, presidente da companhia, esse é o momento de adicionar capacidade sem ter que adicionar garantia física, dada a sobreoferta considerável existente no sistema.

Auren trabalha para incluir hidrelétricas no leilão de reserva, diz Zanfelice

Na expectativa da abertura de uma consulta pública para discutir as diretrizes do leilão de reserva de capacidade previsto para este ano, a Auren Energia está trabalhando para que as hidrelétricas também sejam consideradas no certame. O atraso no início da discussão do edital, contudo, deve levar a disputa para o segundo semestre do ano.

Segundo Fábio Zanfelice, presidente da companhia, esse é o momento de adicionar capacidade sem ter que adicionar garantia física, dada a sobreoferta considerável existente no sistema.

“E aí entra no jogo a termelétrica de novo. Não sou contra termelétrica, mas hoje o Brasil precisa muito mais de flexibilidade do que energia, então a gente precisa aproveitar esse cenário positivo e realmente colocar essa capacidade hidrelétrica vai ajudar muito o sistema nos anos que estão por vir”, disse o executivo em teleconferência de resultados da companhia nesta quinta-feira, 8 de fevereiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo ele, essa é a “janela” para que adicionar capacidade para atender a ponta da carga, algo que não se resolve com qualquer tecnologia. E entre as que atendem, a hidrelétrica é a mais barata.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Energia é um desafio que você pode resolver de outras formas, a ponta não necessariamente se resolve com qualquer tecnologia. Se a gente perde essa janela quando o sistema está em uma situação confortável, lá na frente a gente começa a misturar ponta com a necessidade de energia, e talvez seja uma solução mais cara do que a gente pode fazer hoje”, completou o presidente da Auren.

A MegaWhat apurou que os estudos para o leilão de reserva de capacidade, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já foram entregues ao Ministério de Minas e Energia (MME), mas sem destacar uma nova complementação.

Para o certame, são esperados dois produtos: neutralidade e despachabilidade. Enquanto no governo anterior a preocupação estava orientada para a neutralidade tecnológica, a atual administração tem como ressalva a segurança energética e, por isso, um segundo produto foi estudado, disseram fontes à reportagem.

Se antes o mercado aguardava a realização do certame para o início de 2024, considerando os prazos e ritos necessários para que a regulação possa seguir com a aprovação do edital, o mais factível seria aguardar que a licitação ocorra a partir de agosto.

Interesse na AES Brasil 

Questionado sobre possível interesse da Auren na aquisição da AES Brasil, Zanfelice respondeu apenas que a companhia avalia todas “as oportunidades que estão no mercado hoje e, no momento adequado, se a companhia estiver nesse processo, ela vai se pronunciar. Mas só nos pronunciaremos sobre M&A quando estiver na eminência de aquisição do ativo”.

Entenda os rumores ouvindo o #MinutoMega: Rumores de venda da AES Brasil e o apetite do mercado por renováveis

Resultados

A Auren teve lucro líquido de R$ 107,6 milhões no último trimestre do ano passado, retração de 95,6% em comparação com o lucro de R$ 2,5 bilhões registrado no mesmo período de 2022, quando os números refletiam a contabilização da indenização sobre a hidrelétrica de Três Irmãos, que representou uma receita financeira de R$ 2,4 bilhões.

O resultado de 2023 foi ainda afetado pelas despesas com impostos sobre o ganho da indenização, sendo R$ 912,4 milhões de imposto de renda e R$ 124,8 milhões de PIS e Cofins. Com isso, o lucro do ano passado somou R$ 1,11 bilhão, 25% menor que o lucro de 2022, de R$ 1,48 bilhão.

No quarto trimestre, a receita líquida da companhia cresceu 14,7%, a R$ 1,7 bilhão, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 4,8%, a R$ 508,1 milhões.

Em 2023, a receita subiu 7,4%, a R$ 6,2 bilhões, e o Ebitda ajustado teve aumento de 9,7%, a R$ 1,8 bilhão.