Recém-chegado na Transpetro, Sérgio Bacci, que assumiu a presidência na última sexta-feira, 28 de abril, fez questão de repetir duas de suas principais metas à frente da estatal: “vamos construir navios no Brasil, mas não será a qualquer preço e a qualquer prazo” e que “a Transpetro não será privatizada”.
Bacci participou de coletiva de imprensa na sede da Transpetro, no Rio de Janeiro, destacando a sua missão à frente da companhia, de retomar a construção de navios em estaleiros no Brasil.
Para isso, um grupo de trabalho formado em sua maior parte por funcionários da empresa, desde as áreas administrativas até as operacionais, deverá realizar em 60 dias um levantamento das demandas necessárias para retomar essa construção.
“O Brasil tem pressa e precisamos gerar empregos no país. Vamos construir navios no Brasil, mas não será a qualquer preço e a qualquer prazo. Repito, não será a qualquer preço e não será a qualquer prazo”, disse Bacci.
Os navios deverão ser construídos já prevendo tecnologias para redução de emissões de gases de efeito estufa. Mesmo que iniciais, parte da frota atual da Transpetro – que totaliza 26 navios – já trocou equipamentos que equivalem a dois navios que não emitiram gases durante sua operação em um ano.
A expectativa é que o governo federal anuncie em breve um programa de prioridades para a infraestrutura, que ainda não se sabe se terá o mesmo nome do antigo, o PAC, e que a construção de navios pela Transpetro faça parte.
Com navios nacionais, que atenderão prioritariamente a Petrobras, sendo afretados a terceiros apenas se disponibilizados pela petroleira, o presidente Sérgio Bacci aponta uma redução de preços de afretamentos, considerando a geração de empregos, e de receita para estados e municípios.
Além da expectativa em um programa prioritário, o presidente da Transpetro indicou que o financiamento para a construção de novos navios deve contar com financiamento de um fundo da Marinha, além da possibilidade de investimentos pela Petrobras via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Adicionalmente, Sérgio Bacci determinou a preparação de editais para a retomada de concurso público pela Transpetro e uma política de igualdade de gênero e de assédio moral e sexual zero.
“Vamos virar a chave da história. A Transpetro não será privatizada. Repito, a Transpetro não será privatizada. Vamos buscar outros clientes para atender e para isso vamos precisar de mais pessoas para colaborar. Espero que ainda neste ano a gente comece a preparar os editais para os concursos públicos”, destacou o presidente da companhia.
Bacci ainda apontou a necessidade de uma indústria naval e perene, que com a interrupção da produção em 2014, passou de 82 mil empregos diretos para 20 mil neste ano. Outro ponto é que com uma frota própria, a Petrobras deixa de precisar de afretamentos de navios com bandeira estrangeira, que podem sofrer interferências geopolíticas e deixar de prestar serviço.
Além de 26 navios, a Petrobras possui dez navios afretados, os chamados aliviadores, responsáveis por levar a produção das plataformas para os terminais em terra.
“O que quero construir na Transpetro é isso, um projeto de estado, independentemente se quem estiver na cadeira da gestão irá continuar, com bases sólidas. Uma das bases é ter estaleiros com capacidade de construção”, disse Bacci.
Não pensar em governo, projeto de estado. O que quer construir na Transpetro é isso, projeto de estado, independente de quem estiver na gestão irá continuar, com bases sólidas e uma das bases, e uma é ter estaleiros com capacidade de construir.