O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 200 milhões, com recursos do Fundo Clima, para a Eve Air Mobility (Eve), subsidiária da Embraer. O recurso será usado no desenvolvimento dos próximos protótipos das aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), popularmente conhecido como “carros voadores”, e na campanha de testes para a certificação da aeronave.
Em outubro, a instituição de fomento já havia aprovado R$ 500 milhões para a primeira fase do projeto, de construção da unidade de produção da empresa em Taubaté, em São Paulo, com recursos do programa BNDES Mais Inovação.
“Agora, após financiar a primeira fase do desenvolvimento do próprio veículo, financiaremos a segunda fase que culminará com a versão final a ser comercializada. Além de apoiar um projeto inovador, estamos investindo em uma indústria de tecnologia disruptiva, que também é verde, contribuindo para o fortalecimento da indústria nacional no mercado mundial e para a transição energética. Ao todo, o banco já aprovou, neste ano, R$ 700 milhões para a produção do carro voador”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo Johann Bordais, CEO da Eve, o apoio do banco será fundamental para o avanço do desenvolvimento do protótipo, certificação e produção do eVTOL.
“Este financiamento fortalece ainda mais nossa posição financeira e fornece os recursos necessários para atingir nossos principais marcos, incluindo a certificação e a comercialização do nosso eVTOL”, disse.
Aeronavegabilidade
No início de novembro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou a portaria n° 15.760 de 31 de outubro de 2024, que traz os critérios de aeronavegabilidade para a aeronave EVE-10, da EVE Soluções de Mobilidade Aérea Urbana. O documento traz a base regulatória que será observada para a certificação do modelo em curso na agência.
O documento apresenta os critérios que a aeronave precisa cumprir, incluindo estrutura, sistemas de controle, propulsão e bateria.
De acordo com a Anac, a publicação dos critérios de aeronavegabilidade é um passo importante para o processo de certificação da aeronave, já que se trata de um equipamento totalmente novo no setor aéreo e não há regulamento que possa ser prontamente utilizado como base de certificação.
Por se tratar de uma nova tecnologia, a Anac abriu em dezembro de 2023 uma consulta setorial para que empresas, autoridades certificadoras e a sociedade pudessem contribuir com o documento, a fim de alinhar práticas já adotadas internacionalmente e para que o produto brasileiro possa competir de forma justa no mercado internacional. Ao todo, foram apresentadas 297 contribuições ao texto, o que robustece o processo de certificação da agência.
Próximos passos da certificação
Finalizada a fase de definição da base de certificação, tem continuidade a fase de aprovação dos planos de certificação e demonstração de cumprimento com os requisitos por parte da EVE. Na sequência, virá a fase de verificação de cumprimento, para enfim ser emitida a certificação.